04/11/2005

Tintureira -Phytolacca americana

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Há já uma semana que passo por elas e lhes chamo contente: ai, suas "fitolacas"!



Phytolacca americana - Beiriz (Póvoa de Varzim) Outubro 2005

Gosto de aportuguesar as designações científicas dos géneros, mas no caso destas interessantes plantas que espreitam em todos os valados e penduram os seus cachos vistosos pelos muros, são muitos os nomes que poderia escolher, e todos eles contam histórias:
Em português-Tintureira, Erva-da-América, Uva-da-América, Erva-dos-cachos-da-Índia, Uva dos-passarinhos, Vinagreira; em inglês- American nightshade, Inkberry, Pigeon berry, Pokeberry; em francês- Raisin d'Amérique ou Teinturier, Épinard de Cayenne ou Épinard des Indes ou Phytolaque américaine, Morelle en grappe, Phytolaque à 10 étamines; em italiano- Fitolacca, Uva da colorare, Vite di Spagna, Phytolacca americana, Uva turca, Cremesina uva-turca; em espanhol- Yerba carmen, Raïm de moro, Fitolaca.
(fonte: A Fleur de PAU e Portugal Botânico de A a Z)

Segundo o dicionário de Stearn : «Phytolacca (...) from Gr. phyton, a plant; modern Latin lacca, from Hindi lakh, referring to the dye extracted from the lac insect*. The allusion is to the staining qualities of the fruit which has been used to redden wine.» (*a cochonilha Laccifer lacca).

Acho especialmente bonito o português Uva dos-passarinhos e o italiano Cremesina, mas escolhi Tintureira para o título por ser realmente uma das características mais marcantes deste arbusto vivaz, sobretudo das suas bagas carmim escuro. Estas (e outras partes da planta) contêm elementos tóxicos para os mamíferos mas que não afectam os pássaros.
(A ler artigos da Wikipedia: Pokeweed ; Raisin d'Amérique )

7 comentários :

Anónimo disse...

bom dia Manuela!
os pombos torcazes gostam de comer as bagas la' nos Acores. Eu sempre quis provar mas nunca me aventurei...
abraco da caledonia, hoje (surprise, surprise) cinzenta mas com resquicios de azul

POS disse...

Olá, Manuela!
Apercebi-me agora, na FdV, do pedido sobre as fotos dos dragoeiros. Podem "picá-las" à vontade, como eu já deixei escrito. Acho que isso é suficiente, mas avise-me caso prefira que as envie. Claro que os direitos de autor são elevadíssimos ;-) (creio que a promessa de não me atirarem com um bloco de granito quando eu for a passar pela Avenida dos Aliados é suficiente... não resisto a estas "piadolas"...)

Alberto Simões disse...

Estas lindas plantas têm atacado o meu quintal. Embora não me aborrecesse de ter um par delas, são muito rápidas a polinizar e a que novas plantas apareçam aqui e ali. As raízes são largas e profundas, e infelizmente, muito difíceis de arrancar. Tentei cortar o caule largo e carnudo a algumas, mas não é suficiente para as matar, já que novos rebentos aparecem, muito rapidamente.

Se alguém souber de um mecanismo biológico que contenha a sua proliferação, agradeço imenso :-)

Paulo Araújo disse...

Realmente são umas invasoras bastante mazinhas, e hoje em dia não tenho qualquer simpatia por elas. Infelizmente, a ficha da espécie no portal das invasoras (veja aqui) não menciona qualquer método de controlo biológico.

Alberto Simões disse...

Obrigado pela ligação. Realmente a remoção das raízes é complicada, mas vou tentar seguir essa abordagem. Quando tudo falhar, terei de me contentar com químicos :(

José Gonçalves disse...

Na verdade esta planta é uma invasora terrível. Pelo que li a planta não só consegue "abafar" as outras pelo rápido crescimento, como ainda lhes consegue fazer "guerra química" com substâncias que liberta a partir das suas raizes.
Ainda esta primavera tive de arrancar várias que estavam já estabelecidas no meu quintal, apesar de eu frequentemente cortar os rebentos para evitar o surgimento de frutos, elas estavam a reproduzir-se através das raízes (outra característica que também li).
Felizmente tenho uma pá de cavar, tive de usar a pá em toda a volta da planta para levanta-la pela raiz em forma de torrão, para tentar tirar todos os tubérculos que compõem a raiz. Resta-me esperar que não tenha ficado nenhum para dar origem a novas plantas.

Anónimo disse...

Não chega cortar apenas o pé. É necessário arrancar o tubérculo da terra para que não volte a rebentar.