19/02/2010

Pinheiros rastejantes



Pinus pinaster Aiton - Praia do Pedrogão, Leiria

O litoral centro do país é uma plantação quase contínua de pinheiros-bravos. É lá que se encontra o famoso pinhal que D. Dinis, o rei-poeta dos primórdios da nossa nacionalidade, teria mandado semear. O Pinhal de Leiria, também chamado Pinhal do Rei, não se situa exactamente em Leiria, mas sim na Marinha Grande. Contudo, os pinhais adjacentes à Praia do Pedrogão, igualmente integrados em matas nacionais e em tudo indistinguíveis do vizinho Pinhal de Leiria, ficam já no concelho de Leiria. Por isso não será um abuso de grande monta colocar a etiqueta Pinhal de Leiria no rodapé desta mensagem.

Os pinheiros serpentes, obrigados pela maresia a adoptar uma retorcida postura horizontal, são um dos ex-libris da franja marítima destas matas. Umas dezenas de metros mais arredados do mar e os pinheiros já levantariam a cabeça sem dificuldade. Ou talvez estes répteis vegetais se tenham desenvolvido numa época em que a vegetação dunar (camarinhas, sabinas, acácias), mais escassa do que hoje, não funcionava como cortina de protecção.

O pinheiro da foto está morto. Logo ao lado havia outro ainda vigoroso, mas não se curvava de modo tão arrepiante. O que porém nos arrepiou de verdade foi notar como eram muitos os pinheiros total ou parcialmente desfolhados. Não sabemos se o nemátodo do pinheiro já aqui chegou e se essas árvores foram as suas vítimas. Agora que pouco ou nada se pode fazer para travar a propagação da doença, só nos resta desejar que a maioria dos pinheiros consiga resistir-lhe. Porque a perda destes pinhais, com a toda a riqueza natural que encerram, seria uma catástrofe inimaginável.

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