12/05/2016

O que não se vê


Minuartia hybrida (Vill.) Schischk.
Se o leitor erguer um dos seus dedos mais pequenos, terá uma ideia aproximada do tamanho desta planta. Mesmo em flor, só por mero acaso reparámos nela no chão calcário e magro de uma antiga pedreira em Vimioso. Sendo anual e tão débil, a sua sobrevivência depende de alguma estabilidade neste habitat, garantida enquanto a exploração de inertes não for mais rentável. E, quem sabe, daqui a alguns anos talvez ela atinja a bitola teórica de 22 cm de altura máxima que algumas chaves taxonómicas lhe atribuem.

Quanto ao género Minuartia, já aqui tínhamos mostrado a Minuartia recurva, herbácea perene de ambientes frios e rochosos de montanha e de que, por cá, só se conhecem populações nas serras do Gerês e da Estrela. A Península Ibérica foi favorecida por este género — cujo nome homenageia o naturalista catalão Juan Minuart — e conta com não menos que dezoito espécies. Se o leitor tiver tempo, detenha-se a comparar as imagens seguintes de algumas delas: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9.

Entre nós, falta encontrar plantas da terceira espécie que ocorre em Portugal, a M. mediterranea, de que, curiosamente, não há ainda imagens no portal Flora Silvestre del Mediterráneo e só são mostradas sementes no Anthos. Segundo a Flora Ibérica, deveríamos vê-la no centro e sul do país, em particular no Alto Alentejo e Ribatejo, mas há risco de confusão com a M. hybrida, com quem, homessa, até pode hibridar.

1 comentário :

bea disse...

Ora aqui está uma planta que conheço mais ou menos bem;) Devo reconhecer que, de vez em quando a arranco do meio das pedras; é de facto minúscula e teima em crescer no mínimos espaços entre elas.