Charcos, colheres e cardos
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Publicada por
Maria Carvalho
em
27.9.20
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Etiquetas: Apiaceae , Miranda do Douro
Miranda do Douro tem um rio. Não, não é aquele rio das arribas vertiginosas que vem de longe e vai para longe, e que, por ser o rio de muitas terras, afinal não é de nenhuma. Falamos do Fresno, um rio maneirinho que faz todo o seu percurso de 15 km no concelho de Miranda, e que só não se chama ribeira porque rio é título honorífico e num planalto de pouca chuva todos os cursos de água merecem ser festejados. As gentes de Miranda gostam tanto do Fresno que à sua passagem pela cidade o enfeitaram com um repuxo e fizeram das suas margens um parque urbano. Refreando a vontade suicidária das (escassas) águas de se lançarem, de um desnível de 150 metros, no leito amansado do Douro, construíram-lhe represas e engordaram-no com espelhos de água. Assim disfarçarm também a secura que aflige o rio todos os verões, quando a vida se suspende à espera das chuvas de Outono.
Porque preferimos um rio menos ataviado de enfeites, não passeámos no Parque Urbano do Fresno. Em vez disso, fomos para montante, com paragens em Palancar e em Ifanes, para espreitar as ervas que boiavam na água ou se escondiam nas margens entre salgueiros e freixos. As chuvas da Primavera, que tinham sido regulares, ainda permitiam no final de Junho que o caudal se apresentasse nutrido. Seria por pouco tempo, garantiu-nos alguém que colhia couves num quintal à beira-rio. Mais duas semanas e as ervas do Fresno que se mostravam tão frescas estariam todas secas: juncos e ciperáceas, gramíneas, ervas-salgueiras, tábuas, ranúnculos, alismatáceas, miosótis e muitas plantas mais, todas na urgência de florir e frutificar antes de serem vencidas pela estiagem.
Publicada por
Paulo Araújo
em
20.9.20
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Etiquetas: Fetos & afins , Miranda do Douro , Poaceae , Rios , Salviniaceae
Uma das afirmações mais intrigantes que a ciência nos deu no século XX é a de que não é possível medir o tempo de modo universal. Dito assim, soa complicado, porque o conceito de tempo é criação nossa e, portanto, não deveria poder fugir ao nosso controle. Na verdade, embora todos usemos fracções da hora para o medir, e os relógios sejam cada vez mais precisos, o tempo não tem carácter absoluto: a velocidade a que passa depende do nosso próprio movimento; e quanto mais depressa vamos, mais lentamente ele decorre. Depois da nossa visita ao Castro de Santiago, em Mogadouro, a que se acede vagarosamente por ladeira íngreme e pedregosa, sem sombra que alivie o calor desmedido, esta relatividade do tempo ganha outro sentido: o tempo é tão rápido a passar que só ao fim de 1 hora, e uns tantos impropérios, completamos um percurso que julgámos ser capazes de percorrer em vinte minutos.
No topo do castro, porém, ao vermos esta planta fabulosa em flor na orla do bosque, damos o esforço da subida como bem empregue, e a nossa aflição com o tempo gasto é agora apenas um problema para resolver à descida.
Publicada por
Maria Carvalho
em
14.9.20
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Etiquetas: Lamiaceae , Lista Vermelha da Flora , Mogadouro
Publicada por
Paulo Araújo
em
6.9.20
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Etiquetas: Asteraceae , Cantábria