10/03/2006

Das 9 às 5


Lampranthus aureus - Jardim Botânico do Porto - Fevereiro de 2006

Suculenta de folhas unidas pela base e espessas de água, traço que assegura a sobrevivência da planta em meios arenosos e períodos sem chuva, a espécie Lampranthus aureus anima os jardins rochosos formando nichos coloridos e brilhantes quando em flor. Como funcionários públicos diligentes, em cada dia as margaridas cor-de-laranja e de pé alto começam a abrir pelas 9h da manhã, estão completamente expostas ao meio dia solar e encerram o expediente a partir das 5h da tarde, acompanhando o declínio do sol. As sementes, que se mantêm viáveis por muitos meses, têm tratamento cuidadoso: quando chove, ou há água em abundância, as cápsulas que as guardam incham e só então as largam, garantindo-lhes um solo promissor para que não se desperdicem.

O género Lampranthus - nome que deriva das palavras gregas lampros (brilhante) e anthos (flor) -, é um dos mais recheados da família Aizoaceae, com mais de 200 espécies maioritariamente sul-africanas. São parentes próximos dos chorões (Carpobrotus edulis), que de tanto abundarem nas nossas praias são classificados como invasores; mas estes são funcionários que trabalham em local de veraneio.

4 comentários :

a.mar disse...

Suculenta mesma esta imagem, deliciosa maneira de nos saciar-mos, das nove às cinco

Anónimo disse...

Há anos, uma moradia (de madeira) escapou a um dos grandes incêndios da Califórnia, porque estava rodeada por um grande manto de Carpobrotus.
Duarte Marques

Anónimo disse...

Agora passo a chamar-lhes tambem Lampranthus ;-) mas sempre lhes chamei chorinas... mais alguém lhes chama isso ou outra coisa?

Marisa Reis disse...

Eu chamava-lhes arrozeiros, agora já sei o nome correcto