BI em 6 alíneas - para o bem e para o mal
Tília de Nuzedo revisitada - Maio de 2006
Gostamos:
1) Da figueira do Campo Alegre que obriga quem passa a vergar-se como crente diante do altar. Não porque no emaranhado da copa se oculte Nossa Senhora, nem por obediência a um impulso pagão de adoração da Natureza: é que quem não se acautela esbarra com a cabeça em cheio nos ramos. Eis pois a figueira-soldado, de braços armados estendidos sobre o passeio, reconquistando o espaço que a cidade roubou à árvore: gostamos dela mesmo que os seus figos não se aproveitem, e mesmo quando perde uma batalha (foi podada há poucos dias).
2) Da árvore que nos empina o pescoço para vermos até onde ela vai.
3) Da árvore vaidosa (como a tília ou a araucária) que vive afastada das irmãs e, contra um fundo luminoso de verdes e azuis, se põe a jeito para a foto promocional.
4) De bosques e alamedas onde árvores de outra índole, assustadiças como pássaros, fogem do fotógrafo escondendo-se umas atrás das outras.
5) Das camélias. De todas as flores. De canteiros & canteirinhos. Do que não é sizento.
6) Do poeta que, do fundo da inesgotável arca, regurgita para nossa edificação esta inédita Autopsiblografia:
Bloga tão completamente
Que publica quanto sente
Sem nunca pensar primeiro.
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A quem passar a corrente? A alguém que já colaborou connosco e é a perfeita antítese do blogueiro retratado na quadra. E, como a bola nos veio de Coimbra, nada melhor do que devolvê-la à procedência.