03/03/2006

Tepalina



O género Magnolia, o mais vasto da família Magnoliaceae, inclui uma centena de espécies nativas de zonas temperadas da Ásia e América que produzem flores grandes mas de estrutura muito simples. Para descrever o facto de a componente vistosa da flor não ser nem conjunto de pétalas nem de sépalas, mas estruturas onde cálice e corola não estão sequer diferenciados, os botânicos no século XX forjaram a palavra tépala, interferência não rara e bem-vinda da ciência na linguística. Caprichosamente, a maioria das espécies caducas asiáticas floresce quando as folhas novas ainda não nasceram, e as americanas quando a folhagem recente já forma copa densa.

A espécie na foto, M. stellata, é originária do Japão e tem folhas elípticas, reticuladas, com margens levemente onduladas e um veio central pronunciado; as flores são brancas ou cor-de-rosa, com 12 a 18 tépalas comestíveis, formato de estrela despenteada e um acentuado perfume de limão.

Na Quinta de Bonjóia, no jardim à entrada do palacete, há um exemplar de belo porte de M. stellata que costuma florir generosamente mais do que uma vez por ano. É que lhe fazem companhia outras magnólias, camélias, quaresmeiras, palmeiras, renques de brincos-de-princesa e margaridas-amarelas, uma passiflora que cobre uma pérgola de muitos metros e uma feijoa preciosa; e a stellata, como todas as estrelas, faz questão de ser notada.

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