Malva-arbórea
Lavatera arborea
Os géneros Malva e Lavatera nasceram para serem confundidos: a floração, a folhagem, a própria co-existência de espécies espontâneas dos dois géneros nos mesmos habitats - tudo isso dificulta a destrinça. Já seria delicado diferenciar espécies dentro de cada género, mas a existência de dois géneros praticamente iguais faz da tarefa um desafio só para especialistas. Ainda assim, anotemos o que os separa. O género Malva é originário da Europa, norte de África e Ásia temperada, enquanto que a Lavatera tem uma distribuição mais fragmentada, ocorrendo na Europa ocidental, Mediterrâneo, Sibéria, Ásia central, Macaronésia, Califórnia e Austrália. E há um detalhe morfológico que distingue a Lavatera da Malva: só na primeira é que as brácteas que formam o epicálice na base da flor se apresentam fundidas.
Detalhes à parte, o arbusto de hoje é uma espécie nativa fácil de identificar pelo porte e localização: trata-se da Lavatera arborea, que gosta da beira-mar e atinge alturas de 2 a 3 metros; nenhuma outra espécie destes dois géneros tem envergadura que se aproxime dessa. Apesar do tamanho respeitável, a sua vida é curta: não mais do que três anos. O seu nome vulgar (malva-arbórea) perpetua a confusão entre os dois géneros, mas não é só na nossa língua que isso sucede: em inglês chamam-lhe tree-mallow.
Registe-se por último que a Lavatera arborea revelou censurável comportamento invasor em locais tão afastados entre si como as ilhas escocesas e a Austrália. Por cá não parece ser assim tão comum; as malvas arbustivas que se vêem um pouco por todo o lado são mais rasteiras, pertencendo talvez à espécie Malva sylvestris. As duas fotos em cima foram tiradas com um ano de intervalo: o arbusto na Torreira, há duas semanas, e as flores na Granja, no Verão passado.
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