Arboricultura moderna - livro
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Intitulado Arboricultura Moderna e editado pela Sociedade Portuguesa de Arboricultura (SPA) em 2002, este "manual" da autoria de Alex L. Shigo oferece, tanto para o profissional como para o amador curioso, um manancial de informação preciosa sobre o "sistema-árvore".
Carácter distintivo da obra (que na sua edição original vem aliás acompanhada de diapositivos) são as opções gráficas e de exposição : 161 diagramas (da autoria de David Carroll) extremamente expressivos ilustrando um texto com explicações claras, em que é patente a abordagem sistémica privilegiada pelo autor: os aspectos biológicos, químicos e mecânicos da árvore indissociáveis entre si e interdependentes com o meio.
No início do livro encontra-se um índice com o título de cada diagrama e pode ver-se pela transcrição de alguns como é basilar o seu carácter prático e pedagógico: "13- Luz na cidade e no campo", "29- Umas primeiras noções sobre compartimentação", "45-Pontos chave para podar como deve ser" , "67-Problemas com plátanos e tílias", "68-Rolagem um crime contra a natureza", "120-Danos causados por flores junto aos colos" ...
Agora na casa dos 70, o autor Alex Shigo, considerado "o pai da arboricultura moderna", começou a "serrar" literalmente algumas das "leis" da profissão quando, no ínício da sua carreira nos serviços Florestais dos US, entendeu que a prática comum de se serrarem transversalmente os troncos (para diagnóstico de patologias) era inadequada na medida em que desse modo apenas se poderiam obter informações parciais sobre a vida da árvore, tendo então optado também pelo corte longitudinal. A consequência desta teimosia em pensar pela sua própria cabeça foi a verificação da erroneidade de muitos conceitos e teorias vigentes, como podemos ler no seu resumo biográfico (em Shigo and Trees, Associates):
«As a result, he learned that many commonly-held concepts about heart rot and decomposition and other theories were wrong. "I could either go with the book (theories) or go with what I saw in the tree. Either the books were wrong or the trees were wrong. I chose to go with the trees," Shigo says.»
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O resultado é um vasto trabalho educacional e uma obra extensa publicada em vários países, e que no nosso se começou a tornar acessível ao grande público graças a esta iniciativa da Sociedade Portuguesa de Arboricultura em cujo site, na secção dedicada às publicações, se pode ler o seguinte:
«Arboricultura Moderna é um livro que esquematiza de uma forma simples e de fácil compreensão os vários processos de desenvolvimento e crescimento da árvore e de que forma estes condicionam o tratamento que lhes devemos dispensar para as melhor preservar ou obter delas as produções pretendidas.
A sua forma esquemática apresentada em diagramas que se interligam e que são interdependentes, são também a forma de Alex Shigo expressar a sua filosofia de vida assente nos princípios básicos do funcionamento dos sistemas naturais: "Admita os diagramas das páginas que se seguem como mapas de tesouro escondidos. Embora os mapas nunca nos ofereçam o tesouro podem conduzir-nos até ele".
A sua edição em português, traduzida pelo Prof. Dr. Carlos Abreu, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, vem contribuir para uma maior divulgação da obra deste investigador que tem dedicado a sua vida ao lema de "Touch Trees". »
On line podem encontrar-se alguns artigos do autor em Shigo on Tree Systems e a versão digital de 100 Tree Myths (ver versão abreviada)
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1 comentário :
Só conhecia o livro, pela referência que a newsletter da SPA fez dele e está na minha lista de compras. Em relação às podas drásticas a frase que destacas-te no último post do livro do Eng Ribeiro Teles "se não há espaço para a árvore, planta-se arbustro, ou mesmo só a flor" é um princípio básico para que haja um crescimento harmonioso entre a planta e o meio. E quando se escolhe a árvore a escolha deve ser feita em função do tamanho expectável da árvore. Bastava respeitar estes princípios que nem sequer era necessário as podas.
Se calhar tem-se que começar a chamar a atenção das autarquias do dinheiro que podiam poupar no trabalho das podas se dimensionarem bem o paisagissmo urbano.
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