07/07/2006

Botânico em obras


Jardim das suculentas em 31 de Dezembro de 2005

O Jardim Botânico do Porto fechou para obras no final de Junho; mas, além dos avisos de obras, o visitante desprevenido não encontra qualquer cartaz anunciando prazos, explicando o projecto, ou pedindo desculpa pelo incómodo. Sabemos, porém, que a intervenção deve prolongar-se até Outubro, permanecendo entretanto o jardim encerrado ao público. Segundo escreveu Teresa Andresen em Julho de 2003 (há três anos!) na revista Jardins, a equipa responsável pelo projecto é constituída por ela própria como coordenadora, pelos arquitectos paisagistas Teresa Portela Marques, Ana Catarina Nunes e Luís Guedes de Carvalho, e ainda pelo botânico Paulo Alves. Eis algumas das passagens mais significativas desse artigo:

«(...) Os objectivos principais do projecto de recuperação são:

  • Conservar o jardim recuperando o seu carácter específico de jardim botânico e a sua função associada à investigação e ensino da Botânica, por um lado, e ao conhecimento mais geral das plantas, por outro (...);

  • minimizar condicionantes de impacto negativo no jardim, particularmente o ruído que se faz sentir a partir da via de cintura interna;

  • reforçar o papel do Jardim Botânico na qualificação da imagem da cidade e, em particular, no Pólo III Universitário em que se insere.
A recuperação da vegetação constitui, naturalmente, um dos aspectos mais significativos pois será decisiva na reabilitação do jardim. Pretende-se assim: reinstalar e/ou melhorar as colecções de plantas nos jardins formais e no arboreto, nomeadamente renovar a colecção de gimnospérmicas cujos exemplares, devido ao apertado compasso de plantação, não encontram condições para se desenvolverem adequadamente; aumentar a colecção com espécies de interesse botânico e/ou ornamental e espécies autóctones que, presentemente, quase não integram a colecção; aumentar a colecção de cactos e suculentas, uma das mais emblemáticas do jardim, e recuperar a estufa; proceder a tratamentos de conservação da colecção de camélias, na sua maioria formando sebes talhadas de grande distinção e valor ornamental e que constitui um dos conjuntos mais significativos do jardim e mesmo da cidade; renovar a colecção de arbustos dos bosquetes envolventes à casa, na sua maioria compostas por azáleas e rododendros, mas que apresentam sinais de envelhecimento ou problemas fitossanitários. Pretende-se ainda criar uma colecção de herbáceas vivazes de flor.

Para o sucesso da intervenção ao nível da vegetação (...) torna-se igualmente necessário proceder a trabalhos de recuperação, adaptação e reconstrução das estruturas construídas - pavimentos, muros, escadas, etc. - e de edifícios como a estufa de suculentas, à renovação de infra-estruturas - nomeadamente instalação de rede de rega automática e revisão da rede de drenagem - e à instalação de novo equipamento - bancos, papeleiras, sinalética. (...)»

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