04/01/2013

Erva salsicheira

Dorycnium rectum (L.) Ser.


O título faz referência às vagens desta leguminosa perene que, quando maduras, exibem a cor e o formato típicos das salsichas, mas cujo interior, com não mais de dez pequenas sementes, é essencialmente oco. Porém, a tradição, a despeito da reputação daninha das salsichas, atribui a esta planta virtudes medicinais contra males do estômago.

É quase um arbusto (pode chegar aos 2 metros de altura), com ramos ascendentes, hábito erecto (o que justifica o epíteto específico rectum) e folhas com cinco folíolos, dois dos quais disfarçados de estípulas. As flores nascem em capítulos umbeliformes, com 20 a 40 flores, e têm um cálice campanulado de cor púrpura e uma corola rosada em forma de estandarte com duas asas, traços de família. É hirsuta, até nas margens das folhas, e ripícola. Os exemplares das fotos (de fins de Julho) são das margens de uma lagoa em Mira que é também um juncal.

É nativa da região mediterrânica, Península Ibérica e ilhas Baleares. A Flora Ibérica dá nota da sua presença em Portugal em algumas, poucas, províncias do centro e sul, mas há registo da sua ocorrência também no Minho. Das cinco espécies do género Dorycnium que se conhecem na Penísnula Ibérica, por cá só se avistaram até ao momento mais duas, essas com preferência por sítios secos: a D. hirsutum (L.) Ser., com flores maiores, e a D. pentaphyllum Scop., com flores brancas.

2 comentários :

bea disse...

Não é grande coisa esta planta. Conheço. É mesmo hirsuta, meia casmurra. Floresce sempre séria, sem lampejo de alegria. Que pena!

O mundo vegetal copia-nos um bocado.

BFS

Rosa disse...

Tenho lá disto. E, ao contrário da bea, acho-lhe graça.