Margarida do mar
Matricaria maritima L. [= Tripleurospermum maritimum (L.) W. D. J. Koch ]
Em várias praias do litoral atlântico, onde o mar é frio e tormentoso, encontramos perto da espuma, entre redes de pesca e barcos a descansar na areia, exemplos notáveis de estatuária: estátuas com homens de gorro e rosto sulcado, a vencer ondas bravas ou a recolher redes pesadas de peixe, numa homenagem aos pescadores e ao mar fértil; e estátuas com mulheres, mães, viúvas e orfâs, desesperadas ou incrédulas, a injuriar o destino e o mar cruel.
Pelo fim do Outono, no solo arenoso ou junto aos calhaus rolados de praia, protegida do ar salgado e da maresia por dunas ou pela vegetação mais alta, pode também ver-se uma margarida em flor, de folhas verde-claro, sem aroma, laciniadas e carnudas (ou, dado o habitat costeiro, peixudas). Trata-se de uma planta perene, de base algo lenhosa, pertencente (até há pouco tempo) ao género Matricaria, nome que alude a matriz, ou mãe, e à fama da acção medicinal da camomila (Matricaria recutita) no alívio de febres e inflamações, especialmente em parturientes, e como calmante.
O continente português contava com duas espécies de Matricaria, mas recentes revisões taxonómicas alteraram-lhes a identidade. A Matricaria recutita é agora designada por Chamomilla recutita (L.) Rauschert; a Matricaria maritima subsp. maritima, das costas do norte da Europa, chama-se agora Tripleurospermum maritimum. O que distingue estes dois géneros é essencialmente um detalhe aritmético da morfologia das sementes: na Matricaria cada semente tem quatro ou cinco nervuras salientes, no Tripleurospermum há apenas três.
3 comentários :
Margarida do Mar! Que nome bonito.
E fotografias muito bonitas!
Obrigada!
Mais uma que só conhecia de nome... Fantásticos os vossos encontros!
Obrigado
A. Carapeto
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