23/11/2007

Uva-espim-do-Japão


Berberis thunbergii

Há mais de 400 espécies de arbustos no género Berberis, mas o da foto, conhecido como uva-espim-do-Japão, inconfundível pelas flores em umbela e folhas acobreadas, é o único que é vulgar em jardins do norte do país, onde muitas vezes é talhado em sebe: como arbusto espinhento que é, adequa-se muito bem a essa função. A única planta do mesmo género endémica em território nacional, a madeirense B. maderensis (ameixieira-de-espinho ou fustete em vernáculo), é uma completa desconhecida nos jardins continentais, e nem na sua ilha natal - a julgar pela dificuldade em encontrar fotos na rede - parece ser popular. (Há fotos e uma descrição da planta na pág. 259 do vol. VI da colecção Árvores e Florestas de Portugal do Público /LPN.)

O género Berberis é cosmopolita, oriundo de habitats muito variados, desde florestas húmidas temperadas a regiões semi-desérticas, presente em todo o hemisfério norte e também na América do Sul. Os arbustos não ultrapassam os cinco metros de altura e, apesar de lenhosos, têm madeira amarela e frágil. A Berberis está geneticamente muito próxima da Mahonia, e os dois géneros até hibridam; há mesmo botânicos que não consideram a Mahonia como género autónomo. Os frutos da Berberis são em geral comestíveis, e podem aproveitar-se para compotas - mas, no caso da B. thunbergii, não têm um sabor entusiasmante.

O nome Berberis vem da designação árabe para o fruto da planta; thunbergii refere-se ao botânico sueco - e discípulo de Lineu - Carl Peter Thunberg (1743-1828), que trabalhou na Companhia Holandesa das Índias com o propósito de enviar espécimes botânicos do Japão para a Europa, numa época em que os holandeses eram os únicos ocidentais autorizados a contactar com os nipónicos.

1 comentário :

Paulo disse...

Não é só nas grandes superfícies que se encontram as novidades. Novidades, novidades, esperam-nos aqui, no local do costume.