Uno e duplo
Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832), figura máxima da literatura alemã, escreveu em 1815 um poema sobre a Ginkgo biloba que dedicou a uma sua antiga amante. As folhas da árvore, com dois lobos, simbolizam o tema "uno e duplo" desenvolvido pelo poeta. O poema foi publicado em 1819 no livro West-östlichen Divan (Divã ocidental-oriental na tradução portuguesa); além da versão original, encontram-se nesta página traduções do poema em seis línguas, mas não em português. Para suprir a lacuna, transcrevemos de seguida a tradução de Paulo Quintela na antologia poética de Goethe publicada pela Universidade de Coimbra em 1958.
Ginkgo biloba
A folha desta árvore que de Leste
Ao meu jardim se veio afeiçoar,
Dá-nos um gosto de um sentido oculto
Capaz de um sábio edificar.
Será um ser vivo apenas
Em si mesmo em dois partido?
Serão dois que se elegeram
E nós julgamos num unidos?
P'ra responder às perguntas
Tenho o sentido real:
Não vês por meus cantos como
Sou uno e duplo, afinal?
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