Assobio branco, assobio rosa
Silene dioica (L.) Clairv.
Resultado directo da irrigação generosa dos solos que aconteceu nas últimas semanas, estas herbáceas da família dos cravos (Caryophyllaceae) produziram nova colheita de flores. O género Silene é dos mais vastos e complexos das regiões temperadas pois hibridam frequentemente entre si, produzindo variedades férteis e robustas. Uma das espécies mais comuns no norte da Europa, porém rara em Portugal (sabe-se que ocorre esporadicamente nas serras do Gerês e da Estrela), é a Silene dioica, planta vivaz de 30 a 80 cm de altura com flores cor-de-rosa ou, muito excepcionalmente, brancas.
As folhas são penugentas e nascem em pares opostos; as mais próximas das flores, que são terminais, são quase sésseis. As flores têm cinco pétalas bilobadas, que se fecham de noite, e um cálice tubular insuflado de sépalas com veios roxos lembrando os calções de um palhaço. Silene deriva provavelmente do latim Silenus, o aio de Baco, deus do vinho, embora possa também referir-se à goma das folhas e caule neste género. O epíteto específico indica que as flores masculinas e as femininas moram em exemplares distintos, diferindo essencialmente no tamanho e venação do cálice.
As sementes esmagadas de S. dioica eram tradicionalmente usadas para tratar mordidas de cobra.
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