05/12/2006

Liquidâmbar-da-Formosa



Numa das últimas visitas que fiz ao Jardim Botânico do Porto, antes de ele encerrar para obras, detive-me numa pequena árvore a que antes não prestara atenção: fazendo par com outra da mesma espécie, encontrava-se no limite nordeste do arboreto, perto dos degraus enfeitados com uma glicínia. Deveriam ter sido plantadas há pouco tempo, e não estavam ainda etiquetadas; a sua pequenez e a vegetação densa (e descuidada) em seu redor facilmente as tornavam despercebidas - além de dificultarem, como se vê pela amostra, uma boa foto de corpo inteiro.

As folhas fazem lembrar as dos liquidâmbares comuns, mas com três lobos em vez de cinco. As referências consultadas sugerem que os dois exemplares pertencem a uma das espécies Liquidambar formosana ou L. acalycina, mais provavelmente à primeira delas. Originário da China (e não apenas da Formosa), onde pode atingir alturas de 40 metros, o Liquidambar formosana é raro na Europa, onde parece existir apenas em colecções botânicas; e o L. acalycina, também chinês, é mais raro ainda. Não pude ver este ano se o colorido outonal destas árvores é comparável ao da sua congénere norte-americana; mas em 2007, com o Jardim Botânico já renovado e reaberto ao público, não hei-de falhar a inspecção.

1 comentário :

Anónimo disse...

Quando passeava pelo Jardim Botânico de Coimbra, quedava-me no canto das espécies orientais onde o silêncio e harmonia sussurravam nas "árvores das folhas de estrelas"...era assim que eu lhes chamava...não havia etiquetas ou indicações de um nome. Convosco aprendi-o: "Liquidâmbar". Na Primavera...um verde tão verde, no Outono...uma pincelada tão intensa...Os ramos das espécies orientais parecem flutuantes, livres de uma gravidade...São-me apaziguadores. Talvez sejam Liquidâmbares...mas acho que vou continuar a chamar-lhes simplesmente..."as árvores das folhas de estrelas"...