


Fotos: pva 0501 - Encephalartos lebomboensis - Palácio de Cristal (Porto)
Grupo: Cycadales
Família: Zamiaceae
Género: Encephalartos
Espécie: lebomboensis
Nomes comuns: cica-do-Lebombo; almofada-de-zombi
Um povoamento destas cicas, que parecem palmeirinhas e podem atingir porte arbustivo de uns 4 m de altura, foi descoberto nos anos 20 do século passado nas montanhas Lebombo da África do Sul e descrito em 1949 como uma nova espécie. O tronco, tal como nas palmeiras, não é de madeira mas de um tecido flexível constituído pelas bases de folhas que entretanto caíram. As folhas, que se dispõem numa magnífica coroa, são pinadas (os folíolos estão dispostos ao longo de um veio com cerca de 2m de comprimento); cada folíolo é duro, de tom encerado, sem nervura central, exibindo 2 a 4 dentinhos em cada margem.
As cicas são plantas muito antigas, de uma era anterior à da presença dos dinossauros na Terra; os registos fósseis parecem indicar que, com as ginkgos, dominaram o mundo vegetal no período Jurássico. Não têm flor e o sistema reprodutivo é muito simples, garantindo o sucesso pela enorme quantidade de sementes que o vento dissemina. É uma espécie dióica (ainda não sabemos se o exemplar das fotos, que vegeta nos jardins do Palácio de Cristal no lado nascente do pavilhão, é feminino ou masculino): os cones femininos, usualmente solitários, têm o feitio de barris, com cor creme; os masculinos são cor de salmão e mais esguios. Ambos são expostos, sem protecção, e têm cerca de 40 cm de altura e 20-30 cm de diâmetro. O termo encephalartos tem origem nas palavras gregas cephala e artos que significam miolo e pão, aludindo a uma fécula comestível produzida a partir do tronco ou do centro dos cones.
O Encephalartos lebomboensis consta da lista de plantas raras e em perigo de extinção. Por isso, além do apreço que uma bela planta como esta nos impõe, devemo-nos lembrar que ela é praticamente insubstituível.