"Arde o fogo segundo a lenha do bosque"
31 de Julho 2003 - 2004 = Na sequência de um simpático comentário ao provérbio em epígrafe (dia 26/7) fui ver com mais atenção o album Serra da Peneda e percebi melhor o alcance da observação do autor que não quis exprimir apenas a eventual afinidade que sentiu com as fotografias e textos dos Dias com Árvores. O que o preocupava também era a tragédia que assola o nosso país periodicamente.
Com efeito em 31 de Julho de 2003, leram bem, 2003, Carlos Romão escreveu «Miserável esta terra que se deixa arder e a ficar a ver. É difícil contemplar estas imagens sem lembrar: -que nos últimos dez anos ardeu um milhão de hectares de floresta. -que interesses económicos Verão após Verão continuam alegremente a provocar o fogo nas matas. -que tal como o Natal ou o Carnaval, existe uma época de fogos instituída no calendário. -que nestes dias quentes o centro do pais está transformado num braseiro gigantesco. -Afinal, quem somos nós portugueses?»
E passada uma semana, em 8 de Agosto do ano passado acrescentou: «O autor deste álbum sentir-se-ia mal com a sua consciência se continuasse a celebrar a beleza deste local, quando ao mesmo tempo o fogo destrói em Portugal florestas, matas, gentes e aldeias. (...) No futuro talvez vivamos todos no litoral, em subúrbios desumanizados, sem memória do campo nem da cidade, porque esta também tem vindo a ser asfixiada na sua génese, pela sempre crescente especulação imobiliária. 7.08.2003»
Este ano é já o que se vê! Uma "catástrofe ambiental e socio-económica". No entanto, estou absolutamente convicta que, apesar da consciência e do coração pesados, não podemos deixar de celebrar a beleza destes sítios! Mesmo que o fogo e a incúria humana os tenha destruído.
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1 comentário :
11 de Agosto de 2004. Chove, felizmente. Troco dez verões pelo que resta dos bosques do meu país.
C.R.
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