03/10/2005

Torna a alentar-te, ó Sol resplandecente!


Folhagem em contra luz emoldurando silhueta de Araucaria bidwilli

Vai a fresca manhã alvorecendo,
vão os bosques as aves acordando,
vai-se o Sol mansamente levantando
e o mundo à vista dele renascendo.

Veio a noite os objectos desfazendo
e nas sombras foi todos sepultando;
eu, desperta, o meu fado lamentando.
fui co'a ausência da luz esmorecendo.

Neste espaço, em que dorme a Natureza,
porque vigio assim tão cruelmente?
Porque me abafa o peso da tristeza?

Ah, que as mágoas que sofre o descontente,
as mais delas são faltas de firmeza.
Torna a alentar-te, ó Sol resplandecente!


"Sonetos" -Marquesa de Alorna (1750-1839)
.

1 comentário :

Anónimo disse...

Marquesa de Alorna, Belo Nome.
VNão tenho palavras o bastante para expressar meus elogios, simplesmente ADOREI, o soneto Torna a alerta-te, ó sol resplandescente! E gosto muito de escrever, se possível me faça uma visita é um lindo cantinho para quem gosta de escrever. Um Grande Abraço do amigo leitor.
http://www.recantodasletras.com.br/autores/marconeap