Febre amarela
Ginkgo na Rua Nova da Alfândega; tílias no Largo da Lapa (Porto)
Outono estranho este que agora vai chegando ao fim. Incentivadas pelas temperaturas amenas e pela chuva generosa, algumas árvores fizeram brotar novas folhas na altura em que deviam começar a largá-las: é vê-las agora despindo-se à pressa quando o frio aperta e as nuvens se derramam em dilúvio ininterrupto. Nunca como este ano as camélias madrugaram tanto na floração; e as magnólias, que o calendário só manda enfeitarem-se em finais de Janeiro, vão-se já cobrindo de flores, assim se redimindo por excesso dos atrasos de anos recentes.
Apesar de tamanha balbúrdia, ainda nos ficaram alguns postais em tons de amarelo de um Outono-como-deveria-ser. Nesta altura talvez já tenham caído as últimas folhas do ginkgo e das tílias que se vêem em cima, fotografadas há dias num intervalo entre insistentes aguaceiros. Despiram-se essas árvores - e assim terminou para elas o momento outonal de glória. Mas é de justiça enaltecê-las pelo modo escrupuloso como cumpriram o seu dever, e marcar com elas um novo e feliz encontro no declinar de 2007.
4 comentários :
Há dois ou três dias passei na Rua Cândido dos Reis e os novos Ginkgo ainda estavam com as folhas completamente verdes. Fiquei na expectativa de as ver amareladas e tentar fazer uma imagem que mereça o vosso apreço.
Saudações.
Obrigado pelo comentário; ficamos à espera das suas fotos. De facto os ginkgos não amarelecem todos ao mesmo tempo. Para árvores mais idosas, a regra é que as femininas (de que no Porto temos poucas) se atrasem em relação às masculinas; mas tal regra não parece aplicar-se a essas árvores mais jovens (presumivelmente todas masculinas) das ruas Cândido dos Reis e Galeria de Paris: o amarelo tarda e a folhagem ainda está para durar.
Agradeço a sua informação - que para mim foi uma lição. Entretanto passei numa escadaria de ligação entre a nova Alameda das Antas e uma também nova rua que passa por cima e cujo nome não sei, e reparei nuns ginkgos jovens. Seis deles estão completamente amarelos e um único ainda está completamente verde. Todos eles, coitados, passam uma enorme seca e calor no verão, devido à enorme parede que têm ao lado. Fiz uma fotografia que gostaria de enviar-lhe, não pela qualidade, mas só para confirmar o que atrás digo. Mas não vejo para que endereço o posso fazer.
Pode enviar as fotos para dias-com-arvores@sapo.pt
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