Menina para sempre
Erinus alpinus L.
Siempreniña é o nome comum por que é conhecida em espanhol esta planta, cuja floração enfeita em Maio rochedos calcários por toda a Cantábria. Hesitámos na tradução. Talvez a designação vernácula pretenda aludir ao porte diminuto da planta (como referência, anote que os cálices destas flores têm 3 a 7 mm de altura e as corolas 6 a 12 mm de diâmetro), como se ela vivesse eternamente na infância. Mas ficámos a saber pela Flora Iberica que a planta parece aumentar de volume no período de frutificação, como se de uma gravidez se tratasse: a inflorescência, que é densa enquanto as flores estão aptas para a polinização, fica mais larga e lassa quando as flores amadurecem, talvez para acomodar melhor os frutos que aí vêm.
O género Erinus tem uma distribuição vasta pelas montanhas do sul da Europa e do norte de África, abrigando umas trinta espécies. Não há registo em Portugal da única espécie que ocorre na Península Ibérica, apesar dos inúmeros afloramentos calcários do país à disposição para ela colonizar. A falta de frio intenso nas nossas montanhas pode ser o entrave mais relevante à sua vinda para cá; na serra da Estrela ainda neva, mas não há lá o substrato básico que esta espécie prefere.
Guardemos destas fotos, ou destas outras um pormenor que ajuda a identificar este género: as corolas tubulares terminam em geral em cinco lóbulos, dois deles mais estreitos, juntos e erectos como duas orelhas de coelho. Dirá de imediato o leitor que, por exemplo, as flores das lobélias também têm estas características. Pois sim, mas as correspondentes «orelhas» são de esquilo, não acha?
1 comentário :
"Siempreniña", nome mais bonito. E a cor também não desdiz.
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