Perplexidade
Aqui o cidadão comum começa a interrogar-se quem deixou, sem metafísicas culturais nem objecções legais, destruir e subverter o espírito do Jardim da Cordoaria (numa operação que ficará nos anais do desrespeito pelo Porto), consentiu a destruição da Praça dos Leões, aceitou o corte dos belos plátanos centenários de Parada Leitão e se calou perante a transformação do Jardim da Relação em eira de pedra? Quem não se perturbou com tais projectos e deixou arrasar a Praça de Gonçalves Zarco e colocar a estátua de D. João V em cima de uma tábua de passar a ferro? E quem aprova que, um dia destes, a Avenida dos Aliados e a Praça apareçam travestidas e desvirtuadas em mais uma requalificação contra o espírito da cidade?
Hélder Pacheco, no JN de hoje
2 comentários :
Infelizmente o cidadão nunca se integorra sobre as atrocidades deste tipo que são feitas. Creio mesmo não achar que sejam atrocidades. Está mentalizado, salvo algumas excepções de que as árvores nas cidades ( sobretudo aqui) são lixeiras: sujam as ruas, entopem as sarjetas, etc. Há que inverter esta mentalidade. Tem que começar na escola, em casa. As crianças têm que ter amor às árvores para que daqui a uns anos possam ser elas a responsabilizar e/ou impedir que os criminosos e incompetentes autarcas destruam aquilo que lhes pertence e faz falta à vida.
E hoje como se sentem os portuenses?
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