Hera-alemã
A herbácea da foto, com origem na África do Sul, é da família Asteracea; desde 1999 tem dois nomes científicos em disputa: Senecio mikanioides e Delairea odorata. O primeiro refere explicitamente propriedades das flores (Senecio deriva do latim senex, ancião, em alusão aos capítulos de flores que quando maduros embranquecem e lembram as cãs de um velhinho) e da folhagem, que é brilhante, dentada e com nervação marcada, semelhante à das lianas do género Mikania - termo que homenageia os botânicos checos Johan Christian Mikan (1769-1844) e Josef Gottfried Mikan (1743-1814). Em contrapartida, o segundo está ligado ao jardineiro francês Eugene Delaire (1810-1856), responsável pelo Jardim Botânico de Orléans entre 1836 e 1856, e dá ênfase ao perfume das flores, que é particularmente intenso no Inverno.
Esta planta multiplica-se facilmente por estacas e tolera bem o frio, sendo apropriada para revestir pórticos, caramanchões ou cercas. Mas contém alcalóides tóxicos e pode tornar-se invasora, ou pelo menos agressiva para outra vegetação. Talvez por isso o nome comum inclua o termo hera (alemã pelas flores loiras?). As várias «heras» da nomenclatura conhecida - do Cabo, da Algéria (Hedera canariensis), de canteiro, inglesa (Hedera helix), japonesa, persa, sueca, roxa, vermelha, herinha (Ficus pumila) - são em geral vorazes por solo e espaço, a maioria trepadeiras robustas de folha perene, que se adaptaram a quase todos os habitats e se tornaram daninhas. O exemplar que fotografámos está na rua Miguel Bombarda e, além de se dependurar como um lençol da parte superior de um muro, cobre quase totalmente uma camélia Jane Andresen.
1 comentário :
Na realidade trata-se de Senecio tamoides, espécie muito parecida com a citada. No entanto o Senecio mykanioides não possui lígulas evidentes e tem pequenas estípulas na base do pecíolo.
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