Gilbardeira
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.Ruscus aculeatus foto: Tibães, Outubro 2006
Planta dióica cujos frutos são bagas vermelho vivo surgindo na mesma altura que as do azevinho. Ostenta umas características "falsas folhas", designadas por cladódios - talos foliáceos achatados com a forma de folhas. Pode ser classificada tanto na família das Aspargacea como das Ruscacea (>).
Azevinho-espinhoso, azevinho-pequeno ou menor, erva-de-vasculho ou dos-basculhos, gibaldeira, gibardeira, gilbardeira, murta-espinhosa, pica-rato...
Quantos nomes para uma planta? E que nos contam eles? Excepto o sonante "gilbardeira" de origem desconhecida e os seus afins, todas as designações desta planta são prontamente compreensíveis: a forma das falsas folhas tem semelhanças com as da murta; para efeitos ornamentais pode fazer as vezes do azevinho; como pica foi usada para afastar os ratos dos alimentos pendurados; dela também faziam bom uso os talhantes para limpar os cepos onde cortavam a carne, daí o nome inglês de butcher's broom. Por cá faziam-se vassouras, os vasculhos, usadas segundo parece, para limpar chaminés.
Só falta um nome derivado do facto dos seus rebentos serem comestíveis... e outros tantos para nos elucidarem sobre as suas propriedades medicinais. Neste particular os franceses têm pelo menos um: "plante des jambes légères"(>). Mas sobre o valor terapêutico desta planta, que não devia ser ignorado pelos boticários de Tibães, nada melhor do que lermos o relato que a Mrs Grieve faz no seu Herbal, em que, como é seu hábito, transcreve as saborosas recomendações dos antigos herbalistas.
No entanto, a mais valiosa descoberta, ao "vasculhar a web" procurando informação sobre esta planta, foram as páginas Flora Digital de Portugal no renovado site do Jardim Botânico da UTAD (que já não visitava há uns tempos)! Vai passar a ser de consulta obrigatória.
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