Bela e forte
Encantados pelos metrosíderos, melaleucas, eucaliptos, patos e gansos do Parque da Cidade, só há dias reparámos nesta mirtácea. Pelas inflorescências diríamos que se trata de um Callistemon; mas as folhas pequeninas a espiralar nos ramos tornaram mais difícil a identificação deste arbusto. Um catálogo da flora australiana parece indicar que se trata de uma Beaufortia, arbusto endémico no sudoeste da Austrália, talvez da espécie B. aestiva. Sendo assim não terá sido apropriada a escolha desta planta para os terraços mais à beira-mar do Parque: é que ela aprecia ambientes secos, tendo vida curta em climas húmidos e chuvosos.
O nome do género homenageia a duquesa de Beaufort (Mary Capel Somerset, 1630-1715), mecenas dos Jardins Botânicos de Badminton e Chelsea e exímia horticultora.
P.S. Uma investigação mais aturada - que envolveu ajuda intercontinental e a consulta do livro Australian Native Plants (5.ª edição) de J. W. Wrigley e Murray Fagg - permitiu-nos concluir que, apesar de ter folhagem e ramificação semelhantes às da Beaufortia, esta planta é na verdade uma Melaleuca diosmifolia, também originária do oeste da Austrália.
1 comentário :
As maravilhas que a Natureza encerra em si, quantas vezes parecendo que, mesmo assim, tenta passar despercebida. E de tão distraídos que a maioria de nós andamos, deixamos que ela se mantenha no anonimato, ainda que viva e bela!
António Nunes
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