Explicação da flor
Cornus florida - Parque Florestal de Amarante, Abril de 2007
A beleza em Portugal é uma raridade, e por isso voltamos sempre aos locais onde a encontramos. É a terceira vez que esta árvore em Amarante, que nem sequer logrou ter nome em português, aparece no nosso blogue: ora vista de longe como uma mancha rosa na paisagem; ora de perto para melhor lhe admirarmos a floração. Hoje vêmo-la de mais perto ainda, e aproveitamos a ocasião para lhe desvendarmos as flores. Essas grandes pétalas rosadas são na verdade brácteas - ou seja, folhas modificadas que se mascaram de pétalas. E a flor que vemos à esquerda não é propriamente uma flor, mas sim um arranjo floral: no seu centro, em vez de estames, o que há é um ramalhete de minúsculas flores.
Essas inflorescências que parecem flores são uma das características do género Cornus, se bem que nalgumas espécies as brácteas vistosas estejam ausentes. São cerca de seis dezenas as espécies de arbustos ou pequenas árvores, originárias da Ásia, Europa e América do Norte, que integram o género Cornus, muito cultivado em países onde a jardinagem é levada a sério mas quase inexistente nos jardins portugueses. Os frutos são bagas carnudas, em regra vermelhos, muito apreciados pelos pássaros. A Cornus florida é nativa da costa leste dos EUA, e atinge uma altura máxima de 10 metros. Na sua forma mais comum apresenta «flores» brancas, e não cor-de-rosa como as deste exemplar.
6 comentários :
A beleza em Portugal é uma raridade
A beleza em Portugal é um acaso.
Vá lá, amigos, sejam sensatos...A beleza em Portugal é igual à de qualquer outro lugar do mundo. Basta estarmos atentos e abertos à descoberta. Vejam o meu exemplo, já descrito neste blog: encontrei um bosque com um dos mais antigos e maiores castanheiros do nosso país - disseram-no os técnicos da Direcção Geral dos Recursos Florestais, que já cá vieram. E, desde então, em todos os fins de semana ponho uma mochila às costas e caminho à descoberta. No fim de semana passado descobri, num paraíso húmido esquecido, uma plantas "grávidas" que muito me intrigaram e suscitaram aventura: eram plantas, vistosas e de porte tropical, junto a uma grande ribeira e quedas de água, cujas folhas novas se desenvolvem dentro de uma "barriga" no tronco da planta. Esta "barriga" fende-se a meio e de lá de dentro sai uma grande folha nova. Eu até ajudei em alguns partos difíceis, de algumas folhas novas que, de tão grandes, tinham dificuldade em nascer. Neste fim de semana partirei de novo à aventura...que surpresas me terá reservado a Natureza?
[Uma vez mais...agradecimento especial a este blog que me ajuda a identificar os "monstros", as "ninfas" e os "anões" botânicos que encontro nas minhas aventuras!]
"A beleza em Portugal é uma raridade"
Também eu me mostro descontente com a frase.
Sempre encarei o Dias como um apontador da beleza ignorada mas omnipresente, essa beleza que nos inunda e que nos avassala quando finalmente a vemos.
Tenho a certeza que assim é e, como tal, a frase não encaixa.
A beleza está mesmo debaixo dos nossos narizes, por todo o lado, em todas as escalas.
Concordo plenamente com os dois primeiros comentários. A beleza em Portugal é rara porque os portugueses têm tendência a destruí-la, por pura insensibilidade ou ignorância. Por isso é sempre um prazer visitar alguns blogs que chamam a atenção para o que há de belo.
Obrigado por nos dar os pormenores (flores) desta àrvore tão maravilhosa e que eu desconhecia.
Enviar um comentário