04/12/2007

La rose et le réséda

Un rebelle est un rebelle
Deux sanglots font un seul glas
Et quand vient l'aube cruelle
Passent de vie à trépas

Celui qui croyait au ciel
Celui qui n'y croyait pas

Louis Aragon, in Le Mot d'ordre (1943)


Reseda phyteuma

Esta planta, que encontrámos em prados de montanha e é espontânea no Mediterrâneo e Ilhas Canárias, tem traços muito bizarros: as folhas têm dois lóbulos pronunciados e parecem em esforço para manter a forma; as flores, com cerca de 5 milímetros de diâmetro, expõem numerosos estames com anteras cor-de-salmão rodeados por pétalas divididas em tirinhas brancas; os frutos são cápsulas abertas com topo triangular.

Contudo o perfume a que rescendem, doce e intenso, é reconhecido, porque um híbrido com a espécie líbia R. odorata é amplamente cultivado para servir a indústria de perfumaria. Atribui-se ao género Reseda, nome que provém do latim resedare (acalmar), virtudes sedativas; e é antigo o uso em tinturaria da R. luteola, o lírio-dos-tintureiros, comum no sul da Europa, de cujas raízes se produz um corante amarelo (ou produzia, antes de existir o amarelo sintético).

No valkirio pode ouvir a interpretação de Barbara Bonney de uma canção de Richard Strauss que fala do perfume de reseda.

3 comentários :

Paulo disse...

Os estames e as pétalas são tão bonitos que quase passam o aroma através do écran.

Anónimo disse...

Não conhecia esta planta a não ser de a ver referida em poemas, ou letras de músicas, por causa do perfume. A flor é tão bonita! O poema do Aragon é notável, e pode ser lido todo aqui.

Maria Carvalho disse...

Não incluí uma ligação para se ler todo o poema porque todas as cópias que encontrei sofrem do mesmo erro: na estrofe

Ils sont en prison Lequel
A le plus triste grabat
Lequel plus que l'autre gèle
Lequel préfère les rats


a última linha deveria ser

Lequel préfèrent les rats

Só o plural faz aqui sentido.