Junco abrasivo
É a terceira vez que o género Equisetum, único representante vivo de uma das mais primitivas linhagens de plantas vasculares, é convocado para a primeira página do blogue. Ao contrário do que sucedeu nos casos anteriores (carregue na etiqueta Equisetaceae aí em baixo para conferir), as plantas de hoje não têm origem espontânea; e, de facto, pertencem a uma espécie que não é nativa em território português, embora o seja no norte de Espanha e em grande parte do hemisfério norte. O Equisetum hyemale — que é persistente no Inverno e, além disso, se distingue do E. arvense e do E. telmateia por ter hastes não ramificadas e de apenas um tipo (as férteis não são diferentes das estéreis) — é ocasionalmente cultivado em jardins, o que pode ser uma grande imprudência. Espalhando-se através de rizomas, não tardará a assenhorear-se de todos os canteiros. E, conforme testemunha a segunda foto aí em cima, onde o vemos a romper o asfalto da estrada, mesmo um muro pode não ser suficiente para conter o seu avanço. A planta também se pode disseminar pelos esporos que provêm dos cones (ou estróbilos) situados no topo das hastes (1.ª e 4.ª fotos), mas a reprodução vegetativa é claramente predominante.O nome junco-abrasivo, acabado de inventar, é tradução apressada de scouring rush, uma das designações inglesas, a par de rough horsetail, para o Equisetum hyemale. É algo enganador, pois o Equisetum não é junco nem aparentado, mas a qualificação de abrasivo é apropriada. Os caules da planta, depois de secos, podem ser usados como esfregão para limpar panelas ou lixa para polir madeiras. Também há registo de usos culinários, principalmente no Japão, desta e de outras plantas do género, mas é preciso cautela pois elas são algo venenosas.
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