Salsifis
As plantas do género Tragopogon têm inúmeras designações populares graças ao seu uso em culinária. Comecemos pelas de língua inglesa. O nome do género (do grego tragos, bode, e pogon, barba, em alusão ao enorme fruto com penachos cedosos) terá sugerido ou sido escolhido a partir de goatsbeard. Mas como as flores se fecham ao meio-dia, jack-go-to-bed-at-noon é também uma alcunha que lhes atribuem. Porém, é muito mais vulgar ouvir-se tratá-las por salsify, a que se acrescenta um qualificativo (common, meadow, western, wild, woolly, pasture, yellow, purple) para se distinguirem as várias espécies. Procurámos num dicionário a etimologia desta palavra, mas sem sucesso, pois lemos que deriva do francês salsifis ou do italiano salsefica, ambos de origem desconhecida. Certo é que o género é comum em alguns locais na Europa e Ásia, onde ainda se cultiva para se consumirem as longas raízes (que, dizem os entendidos, sabem a ostra), os talos, as folhas finas como relva, a seiva leitosa, as flores ou as sementes. No livro Portugal Botânico de A a Z (de Francisca M. Fernandes e Luís M. Carvalho), a designação vernácula adoptada para as espécies de Tragopogon aí listadas é cersefi, palavra que soa a uma variante fonética de salsify. Curiosamente, o nome salsifi é reservado nessa obra para a Scorzonera hispanica, de cujas raízes (com casca escura e miolo branco) cristalizadas se faz (ou fazia) no Alentejo uma guloseima, conhecida como escorcioneira, que mereceu a distinção de constar na Ark of Taste, uma versão da arca de Noé para alimentos bem concebidos e realmente saborosos.
Vimos o T. porrifolius em Maio junto a Alcobaça, com a ajuda do João Gomes. As hastes florais são altas de um metro e meio, e as flores (ainda as vimos abertas, era de manhã) medem uns 5 cm de diâmetro.
3 comentários :
Devia ser bem bonito esse prado com quatro espécies de plantas. Mas, ou as fotos estão mesmo extraordinárias ou a salsify é muito agradavelzinha à vista. E, pelo visto, até ao paladar.
São lindas, bea, e o roxo tem um tom inusitado. Quando voltarmos a Évora, teremos de provar o rebuçado.
Obrigado pela referência! Abraço
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