Sinos da neve
Numa visita à estância de esqui de Lunada, na Cantábria, no fim de Maio de 2018, tivemos oportunidade de ver plantas que se apressam a florir logo que a neve começa a derreter. São, em geral, herbáceas perenes, de pequeno porte, com folhas espessas de formato arredondado para captarem toda a luz disponível, e com pé longo para não ficarem rentes ao solo onde correriam o risco de se estragarem com o excesso de humidade. Esperam ter as flores fáceis de localizar, no que ajuda ter uma haste floral erecta e alta, e estar prontas para atrair a também recém-nascida, e decerto esfomeada, geração de polinizadores que ainda aprende a interpretar o mundo. Apesar de os dias já serem um pouco mais quentes no fim da Primavera, nesse ano havia ainda muita neve a uns 1350 m de altitude, e eram poucas as horas do dia sem nuvens a ensombrá-las. É talvez difícil detectar flores nestas condições, sobretudo se elas forem minúsculas e pouco coloridas. Mas as da Soldanella (cujas hastes não excedem os 12 cm de altura) jogam pelo seguro: são vistosas pela cor e pelo formato das pétalas.
O género Soldanella abriga umas 10 espécies cuja distribuição se restringe às montanhas da Europa. Em todas elas, as flores têm um hábito pendente, mais ainda se chove, protegendo desse modo o interior da flor. Pode ver aqui os frutos da S. alpina, e ainda imagens de mais três espécies.
Sem comentários :
Enviar um comentário