14/08/2004

Serviços mínimos

Há o Algarve, e há os que por cá ficam para garantir que a cidade não fecha, solidários com os bravos que mantêm abertos meia dúzia de restaurantes. Fiquemos então: para assegurar os serviços mínimos e por companheirismo com os outros que também ficam.

Que há ainda para ver que não se viu no resto do ano ou em anos anteriores? Muita coisa, se estivermos atentos. Por exemplo, há uma magnólia de folha caduca na Trindade, junto ao cruzamento com Fernandes Tomás, outra vez cheia de flores. Que cabeça a dela! Não sabe que só devia florir em Janeiro?

E, descontando a confusão no subsolo, o escândalo dos esgotos novos (Porto 2001) que não funcionam, a rua de Sá da Bandeira está um primor, com um esplêndido alinhamento de áceres (Acer saccharinum): as árvores têm crescido vigorosamente e o verde prateado da folhagem é muito ornamental. É vê-las agora, porque daqui a um ou dois anos vão inevitavelmente estragá-las com podas para que elas não se rocem nos prédios.

Esta variedade de áceres, originária dos Estados Unidos e do Canadá, não é muito comum em Portugal. No Porto são frequentes o Acer negundo (também oriundo da América do Norte, e de que há na rua do Campo Alegre muitos exemplares mutilados por podas), o Acer platanoides e o Acer pseudoplatanus (ambos de origem europeia, o segundo espontâneo em Portugal).

Que têm de comum estas árvores para serem incluídas no mesmo género Acer? A resposta mais óbvia é a presença em todas elas, na altura própria, das inconfundíveis sâmaras com duas asas fomando entre si um ângulo variável, mais aberto ou fechado conforme a espécie.

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