A Araucária das Almas do "Camélias Parque"
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Há uns dias foi noticiado que "o Centro das Camélias avança" (no Primeiro de Janeiro): um "centro de lazer" atrás da Capela das Almas, empreendimento mobiliário que abrangerá o quarteirão das ruas de Fernandes Tomás, Santa Catarina, da Firmeza e Alegria. Claro que na notícia saída a público, chamou-nos a atenção a seguinte passagem: «Apenas um pormenor deve ser introduzido, "com a preservação de uma árvore muito antiga e que será o centro das atenções na praça pública que vai nascer"».
Esta árvore antiga (perturba a falta de curiosidade das pessoas que nem sequer se dão ao trabalho de saber como se chama este ser monumental que como diz o promotor deverá constituir "o centro das atenções ...") é uma Araucaria heterophylla centenária -aqui fotografada do alto do Centro Comercial que já lá existe do outro lado da rua! - a que costumamos chamar "Araucária das Almas" porque se eleva, magnífica, acima da Capela das Almas.
Entretanto ontem, a notícia veio desmentida: afinal o projecto do referido empreendimento, que mais não é do que um enorme centro comercial - "Camélias Parque" inicialmente designado por "Entertainment Center Camélias"- tem estado e continua a estar sujeito a alterações devido a imposições do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR).
E não é apenas a Araucaria heterophylla centenária que deverá ser preservada, segundo notícia do Comércio do Porto, «o IPPAR sugeriu mesmo, entre outros pontos, a "manutenção de um espaço de jardim, desafogado de construção, caixas de escadas e elevadores panorâmicos, assim como a presença das espécies arbóreas mais representativas, inclusive as que dão o nome ao local". »
Não podemos deixar de nos regozijar por estas (e pelas outras) preocupações do IPPAR!
Araucária-de-Norfolk e japoneiras (visivelmente maltratadas).
As fotografias retratam o estado do estaleiro há cerca um ano atrás (Fevereiro de 2004)
Adenda 1(14:20 h)
Após um comentário de F.R. Antunes lido n' A Baixa do Porto, gostaria de acrescentar as fotografias.
Adenda 2
Resposta de P. V. Araújo ao comentário de F.R Antunes e resposta deste!
Pormenor da japoneira da foto anterior; loureiro ao pé do muro; tronco da araucária a servir de encosto a material de construção.
Já agora aproveito para colmatar uma omissão: o estaleiro, na altura das fotografias, estava a cargo da empresa METRO do Porto (a quem a Campo Aberto, diga-se de passagem e a propósito, já outorgou um Certificado de Mérito Arboricida).
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