14/04/2005

No Jardim dos "Jotas"

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Fotos: mdlramos 0404
Jardim dos "Jotas" visto do caramanchão das glicínias- Jardim Botânico do Porto

«Era uma vez um jardim maravilhoso, cheio de grandes tílias, bétulas, carvalhos, magnólias e plátanos.
Havia nele roseirais, jardins de buxo e pomares. E ruas muito compridas, entre muros de camélias talhadas. (...)
Ora num dos jardins de buxo havia um canteiro com gladíolos. (...)
- Os jardins civilizados - diziam eles - são sempre jardins de buxo.
Perto dos gladíolos estava um caramanchão com glicínias e bancos de azulejos.
- Nos jardins antigos - diziam os gladíolos - há sempre azulejos.
Os buxos, quando ouviam isto, sorriam e murmuravam com voz de buxo, que é uma voz pequenina, húmida e verde.
- Nos jardins antigos havia buxo e azulejos mas não havia gladíolos. (...)»


Sophia de Mello Breyner Andresen, O Rapaz de Bronze, 1956


O traçado da composição em buxo do Jardim dos "Jotas" é da autoria da avó da escritora, Joana Lehman que reuniu a inicial do seu nome e a de seu marido, João Henrique Andresen.

Ver O nosso Jardim de Sophia

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