Lírio viperino
Arisaema ringens (Thunb.) Schott
Quando em Maio último visitámos esta estufa alpina, logo o lírio-viperino (cobra lily em inglês) nos prendeu o olhar. De facto não se trata de um lírio, nem a planta é hipnótica como se crê serem as cobras; mas é venenosa, e o capuz listrado que encobre a inflorescência, de pescoço erecto e cabeça recurvada, é o retrato chapado de uma víbora emergindo do cesto ao som da flauta do seu domador.
De entre as plantas da família Araceae, a mais conhecida e usada em jardins e arranjos florais é a sul-africana Zandestechia aethiopica, a que em Portugal chamamos jarro mas que leva no Brasil o nome muito mais sugestivo de copo-de-leite. Essa planta exemplifica bem a arquitectura geral da família: cada inflorescência é constituída por uma haste carnuda (o espadiz) onde estão embutidas as minúsculas flores; rodeia o espadiz (e às vezes oculta-o) uma folha modificada chamada espata (que na foto em cima é o capuz, e no jarro é o tal copo de leite).
Há cerca de 150 espécies de Arisaema, distribuídas pela Ásia, África Oriental e América do Norte. A Arisaema ringens provém das florestas do Extremo Oriente: Japão, Coreia, China e Formosa. É uma planta tuberosa perene, tolerante ao frio, que floresce cedo na Primavera mas passa por um período de dormência no Verão e no Outono.
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