Planta-zebra
Aphelandra squarrosa
aphelandra - do grego apheles, simples, e andros, estame
Numa inusitada comunhão dos reinos, esta herbácea brasileira, que em ambiente natural pode atingir 2 metros de altura, tem folhagem com nervuras bem assinaladas a branco como as listras das zebras africanas. As flores são tubulares, labiadas, amarelas, pequeninas e duram pouco; mas as brácteas formam uma espiga erecta que se mantém viçosa por várias semanas. Da família Acanthaceae, como a Acanthus mollis, a Pachystachys lutea, a Justicia brandegeana ou a Justicia carnea, recebeu o epíteto específico do latim squarrosus, áspero, possivelmente em alusão à textura das folhas.
A variedade louisae, de menor porte, tem folhas verde-esmeralda com veios amarelos e espiga dourada. O nome homenageia Louis van Houtte (1810-1876), naturalista belga cujo trabalho lembra o de Marques Loureiro, o jardineiro do Horto das Virtudes e proprietário do Jornal de Horticultura Prática (1872-1892). Louis van Houtte criou o Horto van Houtteano, em Ghent, um dos maiores e mais bem sucedidos do seu tempo na Europa (em 1870 tinha uma área de cerca de 14 hectares e 50 estufas), que começou a sua actividade com camélias. Vieram depois os gerânios, as 400 variedades de azáleas, as 1700 de rosas, os rododendros, as dálias e, mais tarde, coníferas, cactos, palmeiras, samambaias e ananases. A primeira Victoria amazonica cultivada na Europa nasceu ali em estufa concebida especialmente para ela. A propósito de uma visita do rei belga ao horto, disse-se em 1840: «O lugar é tão vasto que precisamos de mapa para o conhecer.» L. van Houtte foi também fundador e editor do jornal mensal de horticultura Flore des serres et des Jardins de l'Europe, tendo-se publicado 23 volumes de 1845 a 1883 (alguns póstumos) com cerca de 2000 reproduções parcialmente coloridas à mão pelos cromolitógrafos belgas Severeyns, Stroobant e De Pannemaker.
Louis van Houtte esteve em Cabo Verde em 1834 e de seguida no Brasil até 1836, em expedição dedicada, a pedido do rei, à colecção de orquídeas e cactos. A descrição detalhada das novidades recolhidas nesta viagem começou em 1847 no seu jornal de horticultura e teve um último capítulo em 1875 com um estudo sobre a Araucaria angustifolia.
1 comentário :
Belissima imagem e sempre uma lição.
Já agora um convite à borliú para verem o video da Bicicletada de ontem, Massa critica de Lisboa em www.a-sul.blogspot.com
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