Freixo que te olhas no rio
Amarante é bissectada pelo Tâmega, e é possível, quase sem sair da cidade, passear pelas margens do rio, aqui e ali inteiramente naturalizadas. Na margem esquerda, acompanhando o Parque Florestal, as árvores com um pé na água são maioritariamente amieiros. Na margem oposta, há uma estreita via empedrada que permite o acesso (moderado) de automóveis e se prolonga por alguns quilómetros; aí vêem-se plátanos e alguns grupos de freixos. É curioso que uma árvore urbana e sem vocação ripícola, como o plátano, se adapte ao habitat semi-aquático, não receando encharcar as raízes. Há até pequenos plátanos que cresceram agarrados às pedras do muro e agora se debruçam sobre as águas.
Mas os campeões do equilibrismo à beira-água são sem dúvida os freixos. Há-os possantes, como o da foto, que estendem o tronco inclinado dezenas de metros além da margem. Julgam eles que, continuando a crescer, alcançam o outro lado? Talvez só queiram narcisar-se no espelho instável das águas, mesmo correndo o risco de tombarem.
Fraxinus angustifolia
O freixo (género Fraxinus) é uma árvore típica dos cursos de água, com folhas compostas pinadas, pertencente à família das oleáceas (que inclui as oliveiras); a espécie F. angustifolia, de folhagem azulada e folíolos estreitos, é endémica no sul da Europa.
6 comentários :
Que lugar paradisíaco! O meu marido já chegou a pescar no Tâmega. Eu é que não! Mas fico de olho arregalado. bj
Ripícola. Anotado.
Bonita palavra, não é? Fui a Amarante só para ter oportunidade de a usar.
Tirei belas fotografias nas margens do Tâmega este Verão só que ainda tenho dificuldades a postar imagens.
Mas vou tentar!
Dizer do Narciso que ele é ripícola é uma tentação a que, provavelmente, não conseguirei resistir por muito tempo. Depois não se queixem.
aprendo sempre alguma coisa aqui. :)
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