Caça ao dragoeiro
Dracaena draco
A acreditar na mitologia cristã, talvez a ilha açoriana mais apropriada para a caça ao dragão seja a de São Jorge; mas, como nunca lá fui, fiquei-me pela caça ao dragoeiro na ilha Terceira, aonde regressei para uma visita de três dias. Com as araucárias e os metrosíderos, os dragoeiros são as árvores mais estimadas pelos açorianos e as mais características dos jardins do arquipélago. Dois dos dragoeiros coligidos neste safari (os das fotos à direita) são já de porte respeitável, embora ainda estejam longe das proporções monumentais dos da Madeira ou dos jardins botânicos de Lisboa. Da esquerda para a direita e de cima para baixo, eis a localização dos exemplares fotografados:
- Jardim particular na estrada de Angra para São Mateus da Calheta.
- Pátio interior do Palácio dos Capitães Generais, em Angra. Por causa da visita do Presidente da República, o jardim do palácio, o meu local favorito da cidade, esteve inacessível durante toda a minha estadia. Mas as portas do palácio estavam abertas e fui entrando; a funcionária que encontrei explicou-me que eu não o deveria ter feito, mas autorizou-me simpaticamente a fotografar este dragoeiro, que fica a ser o mais valioso troféu desta caçada.
- O edifício onde se empoleira o dragoeiro foi inaugurado em 2004: acompanha a curva da baía de Angra e é uma combinação de centro comercial, jardim, miradouro e passadiço de ligação com a parte alta da cidade.
- Jardim particular na Praia da Vitória, terra natal de Vitorino Nemésio. A copa da árvore alonga-se sobre a rua que passa uns metros abaixo, mas ninguém parece levar a mal esta invasão do espaço público aéreo.
8 comentários :
Há um em Algés! Prometo tirar a fotografia e dedicar-vos!
Que árvore mais espetacular! Parabéns pelo seu blog!
Abraços de Sonia, São Paulo, Brasil!
O edifício amarelo na fotografia 3 é a antiga Casa do Sal, hoje transformada numa cooperativa de artistas. De momento tem uma excelente exposição de pintura.
Por aqui ja se vendeu muitas sp. de dracenas como Dracaena draco, mas nada parecido a esta escultura viva. Imprime personalidade a qualquer lugar pelo que se ve em suas fotos. Que beleza !!!
Dragoeiro da Praia
Dracaena seu berçário
Ninguém sabe a sua idade
Dizem que é um centenário
E é bonito de verdade
Da igreja os paramentos
O dragoeiro pintava
Quando alguém com seus talentos
O seu " sangue " retirava
Dragoeiro abre os seus laços
Ergue as mãos ao Senhor
E por entre os seus abraços
Passam raios de esplendor
Dragoeiro vermelheiro
E verdejante também
À sombra do dragoeiro
É que me ilumino bem
Orlando D. C. Gomes
Obrigado pelo poema. O dragoeiro da Praia bem merece a dedicatória, pois a cidade sem ele não seria a mesma. Pelo tamanho ele é no mínimo centenário. E nota-se como é acarinhado pelos donos.
Dragoeiro da Praia tem bela vista!
Vê a Serra do Cume
E a Santa do facho,
Dragoeiro! Perfume!
Bonito olhar debaixo.
Praia fresca brisa do mar!
Do vai vem da espuma
Que areia vem beijar
E as pedras uma a uma.
Entre tanta beleza!
O Dragoeiro brilha!
Planta da natureza!
Pérola na nossa ilha.
Paulo Ávila
04/06/08
bhbjaqxe
Tanto quanto é dado saber o poema Os dragoeiros da Praia é da autoria de Maria Leonor Bicudo e não de Orlando D. C. Gomes:
“A 30 de Outubro de 1994, o Padre João Caetano Flores, responsável pelo Centro de Catequese e Cultura da Ribeira Chã, ativou o processo de patrimonialização dos dragoeiros dos Açores, realizando uma festa celebrativa, no decurso da qual, a professora Maria Leonor Soares de Medeiros Albergaria Bicudo, recitou a poesia de sua autoria, Os dragoeiros da Praia.”
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