Os irmãos Azara
Azara serrata
Arbusto chileno de folha perene, a Azara serrata tem folhas de margens dentadas e de dois tamanhos: as grandes alternadas, as pequeninas em pares e fixadas nos pecíolos das maiores. As flores amarelas agrupam-se em corimbos, são perfumadas, não têm pétalas, e as 4-5 sépalas rodeiam um tufo de numerosos estames que justificam a designação comum aromo (acácia) que atribuem a esta planta na região andina. A da foto mora no Holland Park, um jardim agasalhado por um bosque e recheado de plantas, flores e bancos confortáveis; enfim, velharias do espaço urbano que certa arquitectura actual jovialmente desdenha.
O nome do género refere-se ao espanhol José Nicolás de Azara (1730-1804), diplomata, coleccionador de antiguidades e mecenas da arte: estranha associação esta, quando não houve, aparentemente, qualquer vínculo deste político à botânica. Na verdade, J. N. de Azara foi o irmão mais velho de Félix de Azara (1742-1821), engenheiro militar e cartógrafo, destacado na América do Sul para vigiar o cumprimento do Tratado de Madrid, actualização de 1750 do de Tordesilhas. Acção difícil, face à ousadia dos portugueses bandeirantes, mas que lhe deu oportunidade, e tempo livre, para estar atento à natureza. O rigor científico nestes estudos e as consequentes obras sobre a fauna do Paraguai e do Rio da Prata granjearam-lhe fama como naturalista; na América do Sul, a posteridade «eternizou-o» como nome de rua, de vila e de pássaro; e, em 1976, foi-lhe dedicada uma montanha na Lua, a Dorsum Azara, que se estende por cerca de 105 quilómetros entre as crateras Lineu e Bessel (homenagem ao matemático alemão Friedrich Wilhelm Bessel), no Mar da Serenidade.
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