Fuji
Wisteria floribunda
O prato da foto é uma porcelana Nabeshima, do período Edo (1700-1730), propriedade do Museu de Kyushu e que esteve em exibição no Museu Soares dos Reis, no âmbito da exposição temporária Obras-primas da cerâmica japonesa. Tem cerca de 30cm de diâmetro e está decorado com glicínias de flor branca penduradas numa pérgula e pintadas sobre nuvens azuis e brancas. A disposição do fundo e o desenho requintado e perfeito reforçam a tradicional associação desta planta à nobreza. E nota-se grande cuidado nos pormenores: as glicínias estão sublinhadas com linhas finas vermelhas, mas as flores brancas resultam da não aplicação de cor; as gavinhas enrolam-se em volta da grade em sentido horário, o que nos permite identificar a espécie, Wisteria floribunda; além disso, a cor nas folhas não é apenas verde, há algumas a amarelecer, detalhe que ainda mais aproxima a representação da realidade.
Fora do prato, as glicínias de flor lilás (Wisteria sinensis) já estão a florir, cobrindo o negrume dos muros e alterando os aromas na cidade. Até Abril, seguir-se-ão as de flores brancas, de cachos maiores mas de perfume mais ténue.
O género Wisteria tem quatro espécies da China e Japão, onde é uma das trepadeiras mais populares, e duas da América do Norte. Começou por se chamar Glycine (do grego glykys, doce), fonte da designação vernácula portuguesa e francesa, género a que pertence a soja (G. max). O nome actual, atribuído pelo botânico Thomas Nuttall, homenageia Caspar Wistar (1761-1818), um professor talentoso, inspirado e popular entre os seus alunos na Universidade da Pennsylvania.
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