14/01/2010

Amarela do Tibete

Paeonia ludlowii (Stern & G.Taylor) D. Y. Hong


As espécies arbustivas do género Paeonia vêm da China ou dos Himalaias. Uma das mais altas mas de flores menores é a tibetana P. lutea Delavay ex Franch. São plantas que fazem parte dos florilégios tradicionais chineses (simbolizam a beleza feminina), sendo celebradas em festivais anuais em Maio. O cultivo de peónias na China ter-se-á iniciado no século IV d.C. em Chekiang, e três séculos mais tarde eram já conhecidas centenas de variedades. As de flores amarelas foram primeiramente descobertas no século XI em Sichuan, mas a da foto é originária de bosques esparsos entre os 2900 e os 3500 m de altitude no sudeste de Xizang, no Tibete. Considerada uma subspécie da P. lutea por Frederick Claude Stern e George Taylor, chamou-se Paeonia lutea var. ludlowii Stern & Taylor e depois Paeonia delavayi subsp. ludlowii (Stern & Taylor) B. A. Shen; em 1997 ganhou estatuto de espécie. É um arbusto vigoroso que pode atingir os três metros de altura, com folhagem verde-brilhante e flores brancas, amarelas ou castanhas com uns 12 cm de diâmetro e filamentos dos estames vermelhos. Frutifica abundantemente e é fácil de propagar por semente, mas está em perigo no seu restrito habitat natural por causa do uso medicinal da casca das raízes. O epíteto específico comemora a pesquisa do ornitólogo e botânico Frank Ludlow (1885-1972) durante as expedições ao sudeste do Tibete entre 1933 e 1949.

As peónias arbustivas requerem solo fértil e permeável, franca exposição ao sol, e amuam com frio excessivo ou ventos secos. Por isso alguns cultivares, sobretudo os da P. suffruticosa Haw. (da China), desenvolvem-se bem naquelas partes da Europa onde encontram invernos frios mas verões quentinhos para compensar. Como prémio pela boa adaptação, receberam nomes de fantasia (Bowl of Beauty, Dayspring, Chedddar Cheese, Chocolate Soldier) ou gentis antropónimos de gente talentosa, como Sarah Bernhardt ou Edward Elgar.

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