Alho victorino
Allium victorialis L.
Por causa das qualidades da cebola (Allium cepa L.) e do alho (Allium sativum L.), todas as plantas do género Allium têm boa reputação, na horta ou na farmácia. O que hoje mostramos vai ainda mais longe nos benefícios que concede aos que o usam: a crer no relato de William T. Stearn (Dictionary of Plant Names, 1992) sobre a origem do epíteto victorialis, os bolbos deste alho têm a virtude de afastar os espíritos maus das minas, protegendo os mineiros na escuridão dos túneis.
As folhas lanceoladas e a umbela globosa de flores desculpam os que confundem o alpine leek com o alho-dos-ursos. Porém, o A. ursinum L. tem, em geral, menor porte, apenas folhas basais, uma haste floral mais curta (10-45 cm), uma umbela mais lassa e tépalas brancas. E é muito raro em Portugal: só se conhece uma população na serra da Nogueira, em Bragança. O A. victorialis, originário das montanhas do centro e sul da Europa e um pouco mais comum por cá, tem floração mais tardia; as suas flores começam por ser branco-esverdeadas mas amadurecem com um tom amarelo pálido. Ocorre nas serras do Gerês e da Estrela, sob bosques ripícolas de bétulas e salgueiros, ou em zonas rochosas.
Encontrámos estes exemplares junto à ribeira do Forno, a norte de Pitões das Júnias, a cerca de 1140 metros de altitude. Formavam um tapete verde escuro na margem do regato, um recanto de trevas que quase contornámos temerosamente mas por onde os intrépidos montanheiros romperam sem hesitar.
3 comentários :
A foto de baixo ficou espectacular!
Lindas.
Estou encantada com as fotografias e as informações que nos dá neste blog.
Muitos parabéns!
Enviar um comentário