Trevo-betuminoso
Bituminaria bituminosa (L.) C. H. Stirt.
O género Bituminaria tem duas espécies, das quais só a B. bituminosa (L.) C.H. Stirt. é espontânea na Península Ibérica. É uma planta perene e pubescente, com numerosas glândulas, que são amarelas nos folíolos, caules e flores, mas fazem-se negras como alcatrão nas películas que envolvem os frutos. Tal pez justificou que ela se designasse Psoralea bituminosa L. (1753-1981), entre outros nomes curiosos como Psoralea palaestina Gouan (1773) ou Asphaltium bituminosum (L.) Fourr. (1868). O odor peculiar que exala quando esmagada não é tão ofensivo como as duas dezenas de nomes comuns em espanhol (trébol de mal olor, trébol bastardo, hierba cabruna, hedionda, pestosa, rúdon, ...), mas lembra o do betume, a massa composta de grés e óleo de linhaça usada pelos vidraceiros. As folhas são imparipinadas, com três folíolos peciolados. As inflorescências levam 15 a 25 flores de corola azul-violácea, com a quilha e o estandarte típicos das leguminosas da subfamília Papilionoideae. Os frutos são vagens comprimidas, com um pico que as faz parecer umas pequenas foices.
Adapta-se bem a solo calcário ou arenoso, a sítios pedregosos ou relvados, e distribui-se pelo sul da Europa, região mediterrânica, Ásia, Madeira e ilhas Canárias. Aqui reconhecem-lhe duas variedades endémicas, a var. albomarginata, da franja semiárida de Lanzarote, e a var. crassiuscula, das montanhas húmidas de Tenerife. Está presente em quase todo o nosso território continental, formando tapetes e florescendo profusamente entre Abril e Setembro. É a Arabian pea, a nossa erva-da-baganha.
2 comentários :
Este blog continua soberbo! cheio de cor vida e sabedoria! bom trabalho! bjo e abço!
Obrigado, Miguel. E boas caminhadas invernais para ti e para o resto do grupo.
Abraço,
Paulo
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