Taginaste vermelho
O género Echium, de flores geralmente arroxeadas, parece ter uma relação muito proveitosa com os polinizadores, a quem decerto recompensa generosamente. Com a sua ajuda, é garantidamente um género cosmopolita. A segunda virtude que lhe notamos é uma tendência para se tornar mais bonito nos casos em que se apostaria que a colonização do novo habitat estaria condenada ao fracasso. São exemplo disso as espécies de Echium endémicas do arquipélago da Madeira; e a que lhe mostramos hoje, endemismo da ilha de Tenerife, fácil de avistar florido nas ravinas das Cañadas do Teide durante os meses de Maio e Junho.
Echium wildpretii Pearson ex Hook. f.
Há registo de uma segunda subespécie (E. wildpretii subsp. trichosiphon) na ilha de La Palma, mas aí destaca-se outro Echium gigante, o E. pininana, que ainda não conhecemos — ignorância que abrange mais uma dezena de endemismos canarienses só neste género.
O E. wildpretii é um arbusto mas não se ramifica. Habita lugares muito quentes no Verão, com solo árido de origem vulcânica, mas tolera as temperaturas de Inverno, às vezes negativas. A sua resistência, porém, termina aí: é uma planta bienal, produzindo uma roseta basal densa de folhas longas e penugentas no primeiro ano de vida, seguindo-se-lhe as flores no início de Maio do segundo ano, e morrendo no final desse período de floração. Em Dezembro, estas hastes com cerca de 3 metros de altura já terão disseminado as sementes e, secas, parecerão caudas de raposa gigante a ondular. O epíteto específico homenageia o botânico suíço Hermann Josef Wildpret (1834-1908).
Havia bastantes abelhas a bebericar néctar nestes exemplares das fotos, só ultrapassadas em número pelos visitantes ansiosos por se fotografarem com o telemóvel ao lado destas torres magníficas de flores cor-de-salmão e estames salientes, entremeadas por inusitadas brácteas em forma de língua.
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