Não são só amores-perfeitos
- flores nos jardins do Porto
Palestra pelos autores deste blogue amanhã
(25 de Novembro, sábado), às 18h00, na sede da Campo Aberto
- rua de Santa Catarina, 730 - 2º dir., Porto -
(Esta é só uma das muitas actividades mais ou menos natalícias
que a Campo Aberto lhe propõe para amanhã; consulte aqui o programa completo.)
(25 de Novembro, sábado), às 18h00, na sede da Campo Aberto
- rua de Santa Catarina, 730 - 2º dir., Porto -
(Esta é só uma das muitas actividades mais ou menos natalícias
que a Campo Aberto lhe propõe para amanhã; consulte aqui o programa completo.)
RESUMO. Desde há uns anos que muita gente no nosso país deu em desdenhar as flores, por serem pirosas e de modo nenhum compatíveis com um gosto depurado e moderno. Alguma dessa rejeição é genuína, pois afinal há quem abomine sinceramente tudo quanto é vegetal; mas boa parte dela é por ignorância e por mal-avisado espírito de imitação. Um dos sintomas do fenómeno é a crença de que nesses detestados canteiros quase só há amores-perfeitos, que seriam o epítome do decorativismo bacoco. Importa combater tais ideias falsas e preconceituosas - que, no Porto, quase levaram à extinção das flores em espaços públicos (e mesmo em jardins!). As fotos desta palestra - mais de uma centena - são os argumentos que usamos para repor a verdade, aqui sumariada em quatro pontos:
1) a beleza de uma flor não deve ser avaliada à luz dos padrões da arte moderna, pois uma coisa é a natureza e outra a sua representação;
2) os amores-perfeitos também são belos;
3) nos canteiros da cidade (os que foram poupados à destruição) revezam-se ao longo do ano, entre plantas anuais e perenes, centenas de diferentes variedades de flores;
4) o viveiro municipal do Porto é um dos maiores e melhores do país, e a cidade deveria ter orgulho nele; em vez disso, expulsou as flores dos seus espaços públicos mais emblemáticos.
(Foto: Watsonia sp., herbácea sul-africana da família Iridaceae)
3 comentários :
Caros amigos (permitam-me a audácia e a confiança do tratamento), é com muita regularidade que visito o vosso blog, desde que o descobri há uns meses atrás, aquando da minha tentativa de encontrar uma plataforma de informação e divulgação em Botânica...Sendo um ex-estudante de Biologia, um amante da Natureza e um interessado no nome das plantas e árvores que encontro nas caminhadas pelas montanhas e bosques que vou descobrindo extasiado, qual criança que encontra uma mágica "Rivendell" de Tolkien, esta vossa modesta e generosa casa é também a minha...E por isso vos agradeço. Fruto da vossa divulgação a respeito de árvores classificadas, estou a preparar a candidatura de um impressionante Castanheiro centenário esquecido (12,50 m de perímetro máx.), que encontrei há um ano atrás, num bosque perdido com uma simpática comunidade de esquilos...facto raríssimo, e para mim feliz, visto morar no coração da monótona mono-cultura eucaliptal, assassina da riqueza e biodiversidade autóctones. Aproveito para subscrever este vosso post, e lamentar o curso filosófico tomado pela Humanidade que optou, qual criança ego-centrada, imatura e inexperiente, pelo desprezo ao seu lugar de origem e destino...a natureza. E, contudo, são os povos antigos cuja "selvajaria" tanto nos importunava (a nós ocidentais europeus e americanos), e a quem nos esforçámos por civilizar, que profetizam o nosso futuro: "Só quando a última árvore for derrubada, é que o homem branco entenderá que não pode comer dinheiro!". Resta-me perguntar...Não será tarde demais quando tal acontecer?...Bem hajam, amigos! (Alvaiázere, Leiria)
E não é que não são só mesmo amores perfeitos? :)
Obrigada pela lição colorida e floral deste sábado!
(esqueci-me do queque que a Maria me ofereceu com tantos outros doces numa das prateleiras! Peço desculpa pela saída rápida e pelo lixo que deixei :))
Raquel
Pois, o bolinho comeu-se! Obrigada por ter vindo ouvir-nos.
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