Jardim Botânico de Coimbra
O Jardim Botânico de Coimbra foi criado em 1772 como parte do Museu de História Natural da Universidade, instituído pelo Marquês de Pombal. Excelentemente planeado mas actualmente mal mantido, o Jardim ocupa hoje cerca de 13,5 hectares do centro da cidade, a maioria dos quais ostenta o aviso "Vedado ao público".
O que começou por ser um projecto modesto, inspirado no Chelsea Physic Garden, transformou-se desde 1774 numa colecção notável de plantas, nomeadamente de eucaliptos, cuidada inicialmente pelo botânico-jardineiro João Rodrigues Vilar e bastante depauperada pelo desmazelo a que foi sendo votada desde meados do século XX.
A primeira parte do Jardim a ser construída foi o "Quadrado central", que liga à Alameda das Tílias. Ainda hoje lá vegetam árvores do século XVIII, como uma Cunninghamia sinensis, uma Cryptomeria japonica e uma Erythrina crista-galli. A componente do Jardim a que o público tem acesso livre inclui, além deste quadrado (com magníficas espécies de magnólias) e da alameda, alguns terraços ajardinados. O Jardim contém ainda o "Terraço tropical" com palmeiras cabeludas, fetos arbóreos, cicadáceas, bananeiras e estrelícias; outros terrenos, ditos de "Escola", com árvores e arbustos que daria muito gosto observar de perto; e a "Mata", com preciosidades de difícil acesso: todos estes espaços são absolutamente interditos aos visitantes que não formem grupos de 20 ou mais pessoas que, com a antecedência de pelo menos duas semanas, solicitem e consigam uma visita vigiada (cuja data exacta é comunicada aos candidatos pela direcção do Jardim). Para consolo restam aos interessados duas das quatro estufas existentes no Jardim (entrada por 2 euros, fechadas ao fim-de-semana), com a sua dose de má manutenção que lhes vai destruindo a variedade de plantas (como ilustra o desaire este ano com a Victoria amazonica) e onde também se sente a falta de placas de identificação - que no exterior é escandalosa por este dever ser um espaço prioritariamente educativo.
As fotos que aqui ficam servem para que mais pessoas desejem visitar este Jardim e que a sua insistência, aparentemente mal-vinda aos donos deste lugar, leve os responsáveis a repensar a gestão desde património. Mostram flores de Pachystachys lutea, um arbusto peruano semi-herbáceo da família Acanthaceae conhecido como camarão-amarelo; de Hoya carnosa, trepadeira pouco ramificada da Austrália e China, classificada na família Apocynaceae, cujas flores perfumadas branco-róseas parecem feitas de cera; de Anthurium scherzerianum, da família Araceae, o rabinho-de-porco da América Central cuja flor tem uma espata de cor vermelha muito ornamental; e finalmente de Asclepias curassavica, também Apocynaceae, herbácea da América Tropical de flores amarelo-escarlate.
3 comentários :
Escreva ao sócrates que também por aqui andou...
Condoído, fará aquilo que os donos do espaço deixaram de fazer há décadas, pagar a manutenção dos espaços da UC.
É, deveras, um local que alia o bom que ainda tem com a enorme decepção de quem já viu o jardim em melhores dias. Uma pena, de facto.
Visito assiduamente este vosso espaço que me agrada muito.
Hoje, por vosso intermédio, fiquei a saber que se chama "Hoya carnosa" a trepadeira que existe cá em casa e à qual me ensinaram a chamar "jasmim de cera". Obrigada
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