Papoila-das-praias
Glaucium flavum
A papoila-das-praias, amplamente distribuída nos países mediterrânicos e também no centro e oeste da Europa, não parece estar em risco de extinção, mas em Portugal, onde prefere habitats costeiros, é cada vez mais difícil de encontrar. No lado gaiense da foz do Douro, na baía de S. Paio, existia uma população desta planta que obras e movimentações de terras imprevidentes fizeram desaparecer. Mais a sul, já perto da Aguda, nas dunas que delimitam o campo de golfe de Miramar, encontrámos em Junho passado o exemplar da foto. Era o único da sua espécie num local infestado de chorões (Carpobrotus edulis), onde a custo sobrevivia alguma vegetação dunar autóctone (em cima vêem-se, além desta papoila, cordeirinhos-das-praias, cardos-marítimos e morganheiras). A área foi desde então alvo de uma limpeza nada selectiva, quiçá para facilitar a busca de bolas perdidas lançadas por golfistas menos atinados: arrancaram chorões e acácias, é verdade, mas também tudo o resto. Aquelas plantas que estão presentes nas dunas vizinhas irão ressurgir sem dificuldade, mas para o Glaucium flavum a limpeza representou uma erradicação. Talvez não seja notícia, mas é um empobrecimento: a papoila-das-praias está extinta pelo menos na faixa litoral que vai da foz do Douro até Espinho.
2 comentários :
Mas hoje há dezenas de exemplares desta espécie no cabedêlo da foz do douro , e agora com as vedações postas pelo parque biológico a vedar aquele local pode agora finalmente proliferar, , mas oxalá que não sofra com as manutenções e recuperações de flora que se avizinham, pois como bem sabemos qeue aqui no país quando se protege uma coisa , acaba-se por destruir outra.
De facto assistiu-se a uma autêntica ressurreição. Suponho que as sementes que permaneceram no Cabedelo foram suficientes para garantir o reaparecimento da planta. Ou então a pessoa que me deu essa notícia (quando escrevi, em 2008, não tive ocasião de verificar os estragos in loco) não procurou direito e estava a ser muito pessimista.
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