Prenhe de cor
Habituados aos carvalhos de grande porte, quase não reparámos neste, um arbusto que não ultrapassa em geral os 2m de altura. Valeram-nos as inflorescências (amentilhos masculinos, na foto à esquerda em baixo) com que identificámos o género e, há poucos dias, o bichinho da cor carmesim.
Este carvalho, conhecido popularmente como carrasco ou carrasqueiro, é monóico, de folha perene, glabra, verde brilhante com margens onduladas e espinhosas. Ramifica-se desde a base e os ramos entrelaçam-se numa copa quase impenetrável. O ritidoma é cinzento e, dizem, a madeira boa para lenha. O fruto é uma bolota lustrosa com uma carapuça coberta de escamitas com ápices recurvados. Floresce de Março a Maio, às vezes também em Setembro e Novembro, e as bolotas amadurecem no fim do Verão do ano seguinte. É frequente em matos xerófitos (com estios longos), escarpas secas e terrenos pedregosos da costa portuguesa no centro e sul, mas desenvolve-se melhor em solos calcários - e há de facto muitos exemplares nas serras de Aire e Candeeiros. Dá-se bem em azinhais e até hibrida com a azinheira de bolota doce (Q. rotundifolia Lam.), criando o Q. x auzandrii Gren. & Godr. (ou Q. x airensis Franco & Vasc.), de morfologia intermédia.
O nome científico da espécie deriva do latim coccum, o quermes, cujas fêmeas grávidas, entre Maio e Junho, confundem os amadores por parecerem bagas vermelhas.
P.S. Um(a) leitor(a) deixou-nos este comentário pertinente e elucidativo, que agradecemos.
Com desgosto para quem anda à procura dele há muito tempo, a foto do canto superior direito não é do bichinho da cor carmesim, Kermes vermilio, mas sim de um outro insecto: Plagiotrochus quercusilicis. Kermes vermilio é hoje em dia uma raridade no nosso país, o que não deixa de ser curioso dada a abundância do hospedeiro. As fêmeas de Kermes vermilio no final do ciclo de vida assemelham-se uma pequena esfera com pouco menos de 10mm de diâmetro de cor vermelho acastanhada, recobertas de uma ténue pruina esbranquiçada. Fixam-se nos ramos dos carrascos e dentro delas estão dezenas de larvas de cor carmim, que por esmagamento produziam a célebre tinta carmim. Se encontrarem algo assim não hesitem em noticiar. zg
2 comentários :
Obrigado pelas fotografas. Há muto tempo que queríamos ver uma bolota. São muito bonitas!!!
Meninos do Jardim de Infância de Valejas
Oeias
Ola,
Com desgosto para quem anda à procura dele há muito tempo, a foto do canto superior direito não é do bichinho da cor carmesim, Kermes vermilio, mas sim de um outro insecto: Plagiotrochus quercusilicis. Kermes vermilio é hoje em dia uma raridade no nosso país, o que não deixa de ser curioso dada a abundância do hospedeiro. As fêmeas de Kermes vermilio no final do ciclo de vida assemelham-se uma pequena esfera com pouco menos de 10mm de diâmetro de cor vermelho acastanhada, recobertas de uma ténue pruina esbranquiçada. Fixam-se nos ramos dos carrascos e dentro delas estão dezenas de larvas de cor carmim, que por esmagamento produziam a célebre tinta carmim. Se encontrarem algo assim não hesitem em noticiar.
Obrigado pelo vosso excelente blog onde tanto vou aprendendo.
zg
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