Ervilhas e ervilhacas
Vicia lutea L.
Ervilhaca é o nome por que são conhecidas as espécies silvestres do género Vicia, apesar de elas estarem mais próximas das favas (Vicia faba) do que das verdadeiras ervilhas (Pisum sativum). Mesmo que não sejam usadas para consumo humano, estas leguminosas são sumamente úteis por duas razões: ovelhas, vacas e demais herbívoros consideram-nas deliciosas; e, tal como as demais plantas da família a que pertencem, ajudam a fixar azoto no solo, funcionando como fertilizante verde e sendo por isso altamente recomendáveis para rotação de culturas.Será mais pelas folhas do que pelas flores que a Vicia se distingue de outras leguminosas como o Lotus e o Lathyrus. Os três géneros incluem plantas de folhas compostas — mas, ao passo que as do Lotus são semelhantes às do trevo (tendo porém cinco folíolos e não três), as da Vicia e do Lathyrus são em regra rematadas por gavinhas. Tirando esse traço morfológico comum, típico das trepadeiras, os folíolos da Vicia costumam ser mais atarracados e numerosos do que os do Lathyrus. Para completar a descrição verbal, nada melhor do que comparar a Vicia acima retratada (e ainda estas outras) com alguns dos Lathyrus que já aqui desfilaram: L. latifolius, L. linifolius e L. sphaericus.
A terminar, alguns dados biográficos sobre a Vicia lutea. O nome que dela consta no registo botânico-civil é ervilhaca-amarela, referindo-se o adjectivo cromático, como aliás o epíteto lutea, ao amarelo (pálido, demasiado pálido) das suas flores. As hastes atingem 60 cm de comprimento, cada folíolo (dos quais há até 8 pares em cada folha) terá uns 2 cm, e as flores, que aparecem solitárias ou em grupos de duas ou três, têm cerca de 3 cm de diâmetro. É uma planta anual, glabra ou com pêlos esparsos, que floresce de Abril a Junho e é comum em Portugal continental e em quase toda a Europa, surgindo em locais de ecologia variada como prados, terrenos baldios e matos costeiros.
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