A última brincadeira do Verão
Fotos: manueladlramos 0410- Frutos de butiá no Parque de S. Roque/ Porto
Nestas últimas horas, o Vento espantou definitivamente o Verão, mas há apenas uma semana, este ainda andava de mãos dadas com o Outono a passear pela cidade! Encontrei-os - aos três: Vento, Verão e Outono -no Parque de S. Roque a brincar com uma palmeira. Entrei na brincadeira e, sorte a minha, fui presenteada com uns frutinhos doirados, minúsculas tangerinas (ca. 2 cm. de diâmetro) que caíam ao menor sopro, de maduras que estavam. O canteiro, em redor do espique, ficou cor da tentação!
O seu aroma delicioso (descrito aqui como «sweet-tart flavor ... reminiscent of both apricots and a pineapple-banana mixture») engana perfeitamente quem pensa que estes frutos são tão saborosos como o perfume que exalam ou tão doces como a sua cor é quente! São mesmo muito ácidos.
.Butiá..
0410- Parque de S. Roque/ Porto
Alguns dos nomes brasileiros desta espécie de palmeira -que presumo ser uma Butia capitata- "Butiá-de-vinagre, butiá-azedo, coqueiro-azedo" são aliás elucidativos sobre o gosto do fruto. Deve ser essa uma das razões por que são usados (na terra delas: Paraguai, Brasil, Uruguai e Norte de Argentina) para se fazer geleia, licor, cachaça e vinagre. Usam? Será esta a palmeira da geleia?
(Como gostava que os nossos amigos brasileiros e uruguaios que nos visitam, nos esclarecessem ;-)
9 comentários :
Já passei para o Brasil o seu pedido de informação. Certamente vão chegar respostas.
Pedro Foyos
Tenho que ir fazer uma visita, urgente, a esse parque. Lindas fotografias. Bjs
Inexperiência dá nestas coisas. Não assinei a mensagem anterior. Ermelinda (http://www.osabordaspalavras.blogs.sapo.pt)
Olá, Manuela:
Sou do sul do Brasil e por aqui há diversas palmeiras nativas pertencentes ao gênero Butia, como o B. archeri, o b. capitata, o B. eriosphata, o B. microspadix e o B. paraguayensis. Em Santa Catarina, estado onde resido, conheço apenas o Butia capitata e o Butia eriosphata. O primeiro é encontrado nas regiões litorâneas, mais quentes, principalmente em regiões de dunas (areia). As palmeiras são pequenas, assim como os frutos, que por vezes são amarelos, outras vezes avermelhados. O sabor deles é agridoce e têm bastante fibras. Aquela capa que protege a floração (parece-me que se chama espadice), externamente é lisa. Quanto ao Butia eriosphata, é nativo nas regiões serranas e frias, suportando facilmente geadas fortes. O porte é maior que o primeiro. A parte externa da proteção das flores é revestida de pequenos pelos, parecendo aveludado. Quanto aos frutos, há grande variação. Uns são muito doces, outros extremamente ácidos. Quanto à cor, na maioria das vezes são amarelos, mas, por vezes, são avermelhados ou mesmo esverdeados. Podem ser consumidos in natura, em sucos muito gostosos, em geléias e existe ainda o costume de colocá-los na cachaça. Há quem classifique o Butia eriosphata como B. capitata. Pelas suas fotos, o Butia que existe ali é mesmo o Butiá nativo das regiões frias do sul do Brasil, ou seja, o Butia eriosphata. Teria fotos de ambos, mas não sei como anexá-las.
, pelo que conheço
Oba,oba um/a amigo/a do Brasil! Muito obrigada por comentar e responder ao meu apelo. Vou reparar melhor no espádice para ver se tem pelos ou não. E quanto à forma da parte superior do espique que dá o nome à espécie capitata, a Butia eriosphata também tem? Quanto às fotos se quiser (agradeço a sua gentileza)pode enviá-las para o mail: diascomarvores@sapo.pt
(Que pena não escrever seu nome!)
Mais uma vez obrigada.
Manuela
Estou certo de que ele não se importará de indicar o seu nome: Anestor Mezzomo, de Florianópolis - SC (nome apropriado...). Bom amigo brasileiro, sempre pronto a ajudar em assunto de árvore.
Manuela, você deve saber que tem no Brasil (também) uns caras que só pensam mesmo em árvore, né?
Prazerosamente,
Foyos
Olá.
Não tenho o conhecimento apurado demonstrado por nosso colega sobre o gênero Butia.
Estudei por dois anos em Florianópolis, S.C. (na UFSC) onde tive ótimas aulas de Botânica Sistemática com o Professor Ademir Reis.
Realmente, há várias espécies diferentes no gênero. A esse respeito, o Instituto Plantarum de Estudos da Flora (www.plantarum.com.br), sediado em Nova Odessa, S.P., possui informações e divulgação interessantes.
De modo empírico, sei dizer que, popularmente, são conhecidos dois tipos bem distintos: o Butiá-da-Serra (ocorrente nas terras altas do sul, tolerante a temperaturas muito baixas) e o Butiá-da-Praia (ocorrente nas restingas e areais litorâneos, de modo algum tolerantes a baixas temperaturas.
Em Florianópolis tive a grata satisfação de experimentar um delicioso sorvete (de massa) feito com o fruto do Butiá. Isso foi em 1989.
Oi gente! Eu sou interessada nesta história do Butiá eriosphata. Faz parte importante da minha infância com inúmeras peripécias. E hoje, a bela matriz continua dando butiá. Agora tô pensando em multiplicar e fazer render comercialmente também. Alguém sabe como é que se extrai o óleo comestível do coquinho de butiá? Gostaria de extraí-lo em casa, mas não imagino como seja. Alguém tem noção? Deve ser uma delícia e talvez aromático também.
Oi pessoal, tô querendo saber como é que se extrai o óleo comestível do coquinho do butiá. Alguém sabe?
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