São coisas assim...
Fotos: pva 0504 - Drimys winteri - Jardim do Morro, Gaia
... que tornam o coração vulnerável, disse Eugénio de Andrade. Entusiasmados com a alameda de tílias do Jardim do Morro, entrámos no arboreto que ela ladeia. E no topo do morro deparámo-nos com uma bela surpresa: um exemplar em flor, com aroma característico a jasmim, de uma Drimys winteri.
Nativa do sul da Argentina e Chile, de zonas de floresta húmida, esta pequena árvore pertence à família Winteraceae, designação que homenageia o Capitão William Winter que acompanhou a expedição de Sir Francis Drake em 1578. Por sugestão indígena, aceite por Winter, a casca da árvore - rica em vitamina C e taninos - foi bebida em chá, de sabor acre (daí o nome grego do género), pelos marinheiros, tornando-se remédio santo contra o escorbuto que tanto afligia os viajantes. A estrutura simples dos carpelos e o tronco sem vasos renderam alguma notoridade ao género Drimys nos anos 50 do século passado pela polémica sobre o carácter primitivo da árvore. Esta característica da madeira é hoje aproveitada no fabrico de instrumentos musicais.
As folhas são carnudas, com pecíolo curto e nervura central acentuada. Tal como os lódãos, exibe três tipos de flores. As mais vistosas são estreladas, agrupam-se em umbelas com pés longos, têm pétalas cor-de-marfim e centro com uma coroa verde.
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